AGRO
Carazinho sedia mais uma etapa do Seminário Duas Safras
Fotos Mara Steffens/O Correspondente
O auditório da Ulbra em Carazinho está sediando nesta terça-feira (12) a etapa Planalto do Seminário Duas Safras. O evento é realização conjunta da Farsul, Senar-RS, Embrapa, ABPA, Fecoagro/RS, Asgav e Federarroz e até o fim do dia ocorrem paineis sobre várias temáticas relacionadas ao agronegócio e ao programa Duas Safras que tem por objetivo analisar as características de cada uma das regiões e buscando aumentar a produtividade agrícola.
Leomar Tombini, presidente do Sindicato Rural de Carazinho, entidade anfitriã do evento, destacou a importância do debate. "Estamos sempre inseridos nas atividades do agro e o evento vem a Carazinho pelo trabalho importante que fazemos aqui, que é o custo de produção agrícola. É uma das coisas mais importantes que temos. A CNA, a Farsul e outras entidades entendem que nossa cidade, pioneira neste trabalho, deveria receber o evento. Sobre o Duas Safras, é importante dizer que a média do Rio Grande do Sul, no inverno é de apenas 15%. É muito pouco. Tem todo um custo para se manter a lavoura que fica praticamente ociosa no inverno. Ainda bem que se abriu os olhos para isso e produzirmos mais, aproveirar nosso solo, nao somente retirar grãos dele, mas a cobertura em momentos ruins também é essencial a fim de evitar perder as lavouras", colocou.
Leomar Tombini, presidente do Sindicato Rural de Carazinho (Foto Mara Steffens/O Correspondente)
O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, explicou que em Carazinho o seminário chega com uma proposta diferente das demais etapas. "Iniciamos no ano passado visitamos 'n' localidades e chegamos até Carazinho com o Campo Futuro também, ou seja, levantamento de custo de grãos, patrocinado pela CNA e que traz para conhecimento do público, os custos de produção. Todo produtor tem que fazer contas, ver quanto custa fertilizante, hora/máquina, enfim. São coisas elencadas pelo Campo Futuro que aqui levanta sobre os grãos que acaba interessando para várias partes do Brasil", destacou.
Pereira comentou ainda sobre a necessidade de se desenvolver mais de uma safra por ano, o que já ocorre no centro-oeste brasileiro, por exemplo. "Ate três num mesmo ano agrícola. É o caso do Brasil central que faz duas no mesmo hectare. É uma diferença competitiva espetacular, o que não é o caso do Rio Grande do Sul, onde nasceu a agricultura brasileira. O berço foi entre Passo Fundo e Santo Angelo, mas nós não expandimos. Fazemos basicamente soja, um pouco de milho e no inverno, de 7 milhões de hectares ocupamos apenas 1 milhão. E o restante ficamos somente com cobertura verde? Precisamos incentivar as lavouras de invernos para baixamos o custo fixo, a mesma máquina que planta a soja colhe o trigo, ou quase a mesma, a que colhe também, mão de obra também é a mesma... Mas evidentemente que precisamos estar de olho no mercado", analisou ele, citando exemplos de investimentos na região. "Estamos vendo aqui em Passo Fundo o investimento do etanol de cereais de inverno que acho que é uma janela espectacular que está se abrindo para o produtor rural do Rio Grande do Sul. Precisamos adaptar as tecnologias e evidentemente remunerar estes investimentos", pontuou.