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LIRAa aponta risco médio para epidemia em Carazinho

Foto Mara Steffens/O Correspondente

 

Em 2022 Carazinho viveu o maior surto de dengue da história. Foram 1.712 notificações e a confirmação de 1.555 casos. As notificações mais recentes têm dado negativo para a doença. Para que este cenário não se repita há fatores importantes, e o principal deles é a participação de cada cidadão na prevenção. Evitar água parada é o método mais eficaz para impedir a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor desta e de outras doenças como Febre Chikungunya e Zika Vírus.

Uma das formas de monitorar a presença do mosquito é o Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti – LIRAa, determinado periodicamente pelo Ministério da Saúde. Em Carazinho e em todo os município gaúchos, a coleta destes dados foi realizada em janeiro e o resultado aponta para o crescimento da presença do vetor da dengue nos lares da cidade. O índice chegou a 1,1, maior que em outubro de 2022, quando também houve levantamento e chegou a 0,8. Isto significa que a cada 100 imóveis visitados pelos agentes, em um há Aedes aegypti.

O número conclusivo acende um alerta por conforme a escala de gravidade, determina que o risco de uma nova epidemia de dengue em Carazinho é de nível médio. “Precisamos redobrar os cuidados porque em outubro já havia dado 0,8, perto do índice de corte. A partir de 0,9 já é risco médio, então houve este aumento. Vale lembrar que este número reflete a realidade dos dias em que as informações coletadas, ou seja, já se passaram alguns dias, e a infestação pode estar maior”, aponta o coordenador da Vigilância Sanitária de Carazinho, André Prado.

O médico veterinário destaca também que a estiagem é um fator que contribui para um índice mais baixo, logo, se tivesses chuvas mais regulares, o LIRAa poderia ter apontado um número ainda mais alto. “No ano passado, com toda aquela situação de epidemia que tivemos, muito provavelmente ficaram ovos do mosquito alocados em diversos locais. Eles podem sobreviver até uma no e meio. A partir do momento que eles tem contato com água, seguem o processo de desenvolvimento dando origem ao mosquito. Desta forma é necessário sempre evitar a água parada e limpar adequadamente os recipientes, inclusive escovando”, recomenda.

 

Armazenamento de água para uso

É comum, de acordo com Prado, o armazenamento de água para regar plantas ou lavar calçadas e veículos. Esta prática é interessante do ponto de vista ambiental, visto que promove a economia de água, no entanto, é preciso fazê-lo de forma adequada porque também pode ser local de proliferação de Aedes aegypti. Conforme o coordenador, 41% das amostras do mosquito foram coletas neste tipo de ambiente. “Muitas pessoas usam toneis, caixas de água. A orientação é colocar pastilhas de cloro nesta água e tampar bem estes recipientes. Vale inclusive colocar uma tela antes da tampa para vedar bem. Não basta colocar água sanitária ou cloro líquido porque estes acabam não sendo suficientes para a quantia de água de um recipiente destes”, ensina.

 

Localidades mais infestadas

No LIRAa também foi possível precisar quais regiões da cidade estão mais infestadas com Aedes aegypti. Para a coleta de dados, a cidade é dividida em localidades, diferentemente da divisão por bairros como se conhece. A localidade com mais presença do mosquito foi a que compreende boa parte do centro da cidade e o bairro Oriental. Nesta região o índice deu 1,4. A com menos infestação foi a localidade compreendida pelos bairros Glória, Floresta, Santo Antônio, São Lucas, Distrito Industrial. O percentual chegou a 0,5.

A partir destes dados, os agentes de combate a endemias concentram esforços para orientar a população quanto a prevenção. “Mas as pessoas precisam também fazer este trabalho, de olhar semanalmente o pátio, a moradia e eliminar possíveis criadouros. Não basta somente retirar a água. É importante escovar ou usar uma esponja para eliminar os ovos que possam estar ali”, salienta Prado.

Data: 02/02/2023 - 13:00

Fonte: Mara Steffens

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