EDUCAÇÃO

Estudos de recuperação envolvem 385 estudantes em Carazinho

Foto Mara Steffens/O Correspondente

A Rede Estadual de Ensino deu início em janeiro à mobilização para os chamados Estudos de Recuperação, que ocorrerão nas escolas entre 8 e 17 de fevereiro envolvendo estudantes que não conseguiram aprovação no ano letivo de 2022 ou não atingiram o percentual mínimo de frequência de 75%. Ainda em dezembro, estes alunos receberam um Plano de Estudos de Recuperação personalizado, com a indicação das habilidades que precisam ser recuperadas para que eles possam dar seguimento à caminhada escolar, avançando de série.

A 39ª Coordenadoria Regional de Educação possui 56 escolas há 1200 alunos nesta condição. Em Carazinho, município sede, são 385 estudantes. Em todo o Estado, os estudos de recuperação envolvem 150 mil. A coordenadora Lisete Leiria Jarré, destaca que os índices preocupam. “Se não houver um movimento, uma motivação para que estes alunos retornem, dificilmente ele fará isso por iniciativa própria. Não se trata de uma aprovação automática. Não é simplesmente retomar a mesma prova, ou a mesma ferramenta de avaliação.  É a oportunidade de trazer este aluno de volta ao ambiente escolar, fazer com ele identifique o motivo de estar em recuperação, e demonstre interesse na sua aprovação ao ano seguinte.  O professor por sua vez, dentro da autonomia que o sistema lhe confere, dirá se o estudante está apto ou não ao ano seguinte”, coloca.

Lisete relata o Governo do Estado e a Secretaria da Educação – SEDUC têm externado que a área será prioridade na gestão que está iniciando. “Já temos algumas ações que estão sendo levadas a cabo em relação à melhoria das estruturas das escolas, às ações de cunho pedagógico e de provimento de pessoal. Conforme ela, a própria coordenadoria está passando por reformulações em sua equipe de trabalho com o objetivo de iniciar o ano letivo de 2023. “Se comparado com os últimos três anos, este será o que chegaremos mais perto da normalidade que tínhamos antes da pandemia. Temos muitas expectativas quanto a isto, não só pela motivação de uma nova gestão, mas por uma proposta realmente efetiva de construção na educação”, completa.

Para os alunos, os estudos de recuperação nas escolas iniciam dia 8, mas a organização deste processo iniciou bem antes. “Eles são uma proposta que se deu a partir da constatação de um número absurdo de alunos que ao final de 2022 estavam sem aproveitamento, ou sem a frequência necessária para passar de ano. Feito este levantamento, dentro daquilo que a legislação permite, a secretaria propôs que agora, antes do início de um novo ano letivo, houvesse esta oportunidade de recuperação entre períodos”, detalha a coordenadora.

A SEDUC emitiu uma portaria para executar os estudos de recuperação. “Iniciamos com os estudos nas coordenadorias e a com a secretaria, analisando os índices, prevendo propostas. Depois com as equipes diretivas para instrumentalizar o trabalho que vai ocorrer nas escolas. A partir de segunda-feira será a vez dos professores, sob forma de planejamento até que o atendimento chegue a estes alunos”, salienta Lisete.

Sobre o ano letivo agendado para iniciar no dia 23 de fevereiro, a coordenadora informa que o quadro de professores está completo e as aulas devem iniciar sem problemas neste sentido, até porque recém foi concluído um processo seletivo de profissionais.

Escola indígena

A situação da estrutura da escola na aldeia kaingangue, localizada em frente ao Santuário de Santa Rita de Cássia, na estrada para Bela Vista, deve ter um desfecho nas próximas semanas. Lisete Jarré informa que o Estado propôs a instalação de uma estrutura de contêineres que será utilizada como escola.

Há alguns meses, a queda de uma árvore destruiu a escola que funcionava na aldeia e desde então os indígenas estão tendo aulas em uma residência. A escola em contêiner permite a facilidade de retirada do local em caso de a aldeia ter de mudar de local. Os materiais para esta estruturação estão sendo providenciados.

A estrutura é semelhante àquela que já existe no local, foi instalada pelo Município com objetivo de ofertar atendimento em saúde para os indígenas.