POLÍTICA

Comandante Nádia encontra correligionários em Carazinho

Foto Mara Steffens/O Correspondente

 

A vereadora de Porto Alegre, Comandante Nádia (Progressistas) esteve em Carazinho na noite desta quinta-feira (23). Ela reuniu-se com correligionários na Câmara de Vereadores para abordar diversos assuntos, inclusive a mobilização política em torno das eleições municipais 2024. Ela foi recepcionada pelo presidente da sigla, Giuliano Cecconello e o vereador Daniel Weber. Também estavam presentes o suplente de senador e ex-prefeito de Tapera, Ireneu Orth e o assessor do deputado Pedro Westphalen, Valdir Alberi Kirst, o Kechinho, ex-vereador de Não-Me-Toque.

 

Em entrevista para O Correspondente, ela elogiou a atuação dos vereadores locais e a maneira como o Município tem sido conduzido. A visita dela também se deu pelo fato de ela ter agenda em Não-Me-Toque nesta quinta-feira (24), quando fará várias palestras por conta do Agosto Lilás, movimento de combate à violência contra a mulher. “Sempre é bom conversar com os amigos, falarmos sobre o cenário político atual, falar com os municípios, já que o meu partido é o mais municipalista. Sabemos que as coisas acontecem nos municípios. As pessoas não vão pedir luz, saneamento básico, saúde educação para o Governador, elas pedem para o prefeito, para os vereadores. Neste sentido, fortalecer os municípios tem sido uma pauta minha”, disse ela.

 

Comandante Nádia também destacou a importância da participação feminina na política. Ainda somos muito tímidas na política e é muito necessária a visão feminina na política que constrói. Somos 52,14% de eleitoras e menos de 12% de mulheres eleitas. Trago aqui a minha expertise, a força da mulher gaúcha, a primeira a comandar um Batalhão de Polícia Militar no nosso Estado. A farda me legitimou à época da Brigada Militar e agora na política também, para incentivar as pessoas a entenderem mais sobre política e dizer para que elas ingressem neste meio porque estão fazendo falta”, declarou.

 

Professora e Tenente Coronel da reserva da Brigada Militar, Comandante Nádia acredita que não exista uma fórmula para fazer com que mais mulheres se interessem pela política, mas que este será um processo natural e desenvolvido com o tempo. “Sou contra cotas. Essa de ter 30% de mulheres concorrendo não me agrada. A única cota que aceto é a social, para a pessoa que não tem condições financeiras, e aí não interessa se é homem ou mulher, branco ou negro. A cota de 30% de mulheres concorrendo me parece que deixa os partidos numa saia justa. Não temos tantas mulheres que queiram concorrer exatamente porque consideram algo muito difícil, feito por muito tempo somente por homens”, contextualizou. “Acredito que é passo a passo. Não tem uma equação, algo que a gente diga ‘fazendo isso as mulheres virão’. Acho que é vendo exemplos. Fazemos política todos os dias sem nos darmos conta, na sala de aula, na creche dos filhos, ao comprar um pão, ao defender um colega no trabalho, ao buscarmos melhorias para nossa rua. Agora, basta querer entrar numa política partidária, que é diferente sim”, salientou a vereadora, lembrando que é preciso ter muita dedicação, e muitas não possuem o tempo necessário para tanto.

 

 

Violência contra a Mulher

Há 11 anos, quando ainda atuava na Brigada Militar, Comandante Nádia criou a patrulha Maria da Penha, ferramenta importante de proteção de vítimas de violência doméstica. “A Patrulha Maria da Penha tira as mulheres do ciclo da violência. Temos em mais de 184 municípios instaladas e naqueles onde não tem, a patrulha faz o rodízio. É para mulheres que já denunciaram seu agressor e pediram medida protetiva e estão vulneráveis. O agressor por ser denunciado, receber intimação e sair de casa, com certeza não mandará um buquê de flores para ela. A violência fica potencializada e é nessa hora que a Patrulha interfere, dando proteção. Ela tem se mostrado um diferencial e é reconhecido internacionalmente, tanto que recebi um prêmio, do Banco Interamericano de Desenvolvimento, em Washington. Inclusive hoje o banco só faz financiamentos para países e estados que colocam em seu player de ferramentas contra a violência doméstica, a Patrulha Maria da Penha”, pontuou.

Data: 24/08/2023 - 10:10

Fonte: Mara Steffens

COMPARTILHE