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Agroindústrias faturaram mais de R$ 9 milhões em feiras no primeiro semestre de 2023

Apiários Paulineli é um dos exemplos do crescimento do setor (Fotos Divulgação/Arquivo Pessoal)

 

A Emater/RS-Ascar divulgou na semana passada números relativos à feiras realizadas no Rio Grande do Sul e a participação de agroindústrias nestes eventos. Conforme o levantamento, no primeiro semestre de 2023 foram 15 feiras apoiados pela Secretaria de Desenvolvimento Rural – SDR e que geraram mais de R$ 9,7 milhões em vendas para agricultores familiares de vários segmentos.

 

O evento que mais registrou lucro foi a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, realizada em março, com registro de mais de R$ 2,5 milhões em comercializações. Depois aparece a Expoagro Afubra, em Rio Pardo, que contabilizou mais de R$ 1,7 milhão, e a Fenadoce, em Pelotas, com R$ 1,5 milhão.

 

O produtor de mel, Alisson Paulineli da Rosa, é um dos exemplos de que apostar nas feiras é uma boa alternativa para fazer crescer a agroindústria familiar. Das três feiras citadas acima, ele só não participou da Fenadoce, pela distância, mas no mesmo período esteve em outro evento, em Cachoeira do Sul.

 

Membro da UCAPI e expositor da Feira do Produtor de Carazinho, o produtor de Vista Alegre, Colorado, conta que quando planejou com a esposa a constituição dos Apiários Paulineli, já enxergava nas feiras a alternativa de agregar renda. “Era a maneira de buscar novos públicos, abrir mercado para além das cidades do entorno, que já conhecem nosso produto. Antes mesmo de formalizar a agroindústria já tínhamos convites para expor. Depois trilhamos o caminho através da Emater e da FETAG, para alcançar as feiras”, diz ele.

 

Paulineli destaca que com as feiras consegue manter o negócio que envolve além dele e da esposa, a filha de 16 anos, que acompanha o trabalho quando não está envolvida com os estudados. Ela frequenta o 1º ano do Ensino Médio e escolheu o técnico em agropecuária, da EEEPROCAR, de Carazinho, numa demonstração clara de que pretende seguir os passos dos pais.

 

A renda obtida com as feiras, permite Paulineli planejar investimentos, como aumentar o número de colmeias e a produção. Ao todo, são 22 apiários constituídos. Na safra mais recente, conseguiu produzir 7,5 toneladas de mel. O próximo passo será a ampliação da agroindústria com a oferta de novos produtos, como por exemplo, o mel em sache. A ideia do produtor é também começar a entrar em concorrências públicas a fim de fornecer o produto para a alimentação escolar, quarteis e presídios.

 

“Costumo dizer que temos que ‘ir medindo a febre’, vendo como as coisas vão caminhando para tomar as decisões, sempre com os pés no chão. Conseguimos constituir nosso negócio sem desesperos e com planejamento que permite que façamos investimentos quando é necessário. Assim vamos adequando. Vamos sentindo qual mel agrada mais determinada região, que tipo de embalagem é mais adequada e assim por diante”, comenta.

 

A Expointer, em Esteio, entre 26 de agosto e 3 de setembro será a próxima feira da qual os Apiários Paulineli irá participar. Na edição de 2022, ele ultrapassou a meta estipulada para comercialização. Pretendia vender em torno de 1 tonelada de mel, e conseguiu comercializar 1,2 tonelada. “A ideia este ano é pelo menos manter. Ano passado, talvez poderíamos ter vendidos mais, mas chegamos no último fim de semana com falta de alguns tipos de embalagens. Muita gente procurou e já não tínhamos, mesmo assim ficamos bastante satisfeitos com o resultado”, conta.

 

Outro ponto que para Paulineli contribui muito para o crescimento das vendas das agroindústrias de modo geral, é o desejo do consumidor e adquirir diretamente de quem produz. “Quem compra sabe da procedência, conhece como é feito, pode fazer questionamentos e isto é um diferencial”, pontua.

Data: 18/07/2023 - 14:11

Fonte: Mara Steffens

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