POLÍTICA

Episódio de violência política em Carazinho repercute em nível estadual

Foto Reprodução

 

O episódio de violência política que marcou a sessão ordinária do Legislativo de Carazinho no início da semana repercute em nível estuadual. O PSDB Mulher do Rio Grande do Sul divulgou nota em que repudia a atitude dos vereadores carazinhenses que deixaram o plenário no momento que em Juliani Pinzon ocuparia a tribuna para pronunciamento no grande expediente. Como a sessão é transmitida ao vivo pelo Facebook do Legislativo, o momento ficou registrado. Sem quórum (número mínimo de vereadores presentes), o presidente da casa, Bruno Berté (PDT) foi obrigado a interromper a sessão e chamou os colegas de volta. 

 

Assinada pela deputada Delegada Nadine, a nota do partido destacou que "o ocorrido não pode ser tratado como algo isolado ou como mera divergência partidária. Trata-se de uma atitude grave, que ultrapassa os limites do debate democrático e fere diretamente o respeito, a dignidade e o direito das mulheres de atuarem politicamente com liberdade e segurança". 

 

Além disso, a parlamentar citou que "a violência política de gênero é uma realidade cruel e persistente que precisamos enfrentar com coragem, firmeza e união. Não aceitamos silenciamentos, intimidações ou quaquer forma de agressão contra mulheres que ocupam espaços de poder e decisão". 

 

Ainda ontem, o SBT RS divulgou reportagem sobre o assunto. A matéria veiculada no programa Tá na Hora, no início da noite, mostrou as imagens da sessão que flagraram a saída de vários vereadores no momento em que Juliani se dirigia à tribuna. "A fala pricipal era sobre projetos importantes, de destinação de recursos para a saúde, mas na grande maioria foi discussão e ataque entre colegas. No momento em que eu comecei a falar, foi justamente sobre isso, de ser uma lástima a sessão ser bastante desgastante e permeada pelos ataques pessoas entre vereadores", disse a vereadores para o SBT. "Desde a campanha eu sinto uma resistência maior e não apenas da comunidade, mas especialmente do público masculino. Tenho plena convicção que cada vez que subo na tribuna e faço um pronunciamento não é apenas a vereadores Juliani falando, mas muitas mulheres falando. E o que aconteceu na sesão ultrapassou todos os limites do posicionamento político, da política ideológica e partidária, um desrespeito não com a vereadora do PSDB, mas desrespeito com uma das únicas mulheres representantes do público feminino naquela casa", completou. 

 

O presidente do Legislativo, Bruno Berté, também divugou nota lamentando o ocorrido. "No momento que vereadora Juliani Pinzon se dirigiu ao púlpito para o uso da palavra ocorreu que diversos vereadores se levantaram e se retiraram do plenário. Solicitei para que os vereadores retornassem ao plenário e somente dois retornaram, os outros cinco vereadores não atenderam ao pedido e só retornaram depois do fim da fala da vereadora", menciona.

 

Berté continuou: "Não aceitei que a sessão continuasse com o tamanho desrespeito da parte dos vereadores. É um absurdo que ainda tenhamos casos de violência política contra mulheres", apontou. 

 

O presidente concluiu: "Como presidente desta casa legislativa, reafirmo o meu compromisso de garantir a igualdade e respeito a todas mulheres, principalmente na garantia da liberdade de expressão e espaço de fala, direitos instituídos por lei e garantidos à nobre vereadora pelo povo. Por fim, me solidarizo com a Vereadora Juliani Pinzon e me comprometo, juntos com as vereadores eleitas a tomar medidas para coibir futuros casos de violência política". 

 

Para O Correspondente, Juliani revelou que dos vereadores que se ausentaram, apenas dois a procuraram para justificar a atitude. Vinicius Kunrath (PSB) teria saindo antes mesmo da fala dela e não estava bem naquela data. Erlei Vieira (PP) disse que se ausentou chamado por César Salles (PSB) para tratarem de um assunto. Berenice Müller, colega de partido de Juliani, não estava presente na sessão por motivo de doença na família. 

Data: 19/04/2025 - 08:44

Fonte: Mara Steffens

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