SAÚDE
Projeto do Executivo visa reduzir fila de espera que chega a 1.200 cirurgias eletivas

Foto Divulgação
Até parece “dejavú”, mas infelizmente não é...Há muito tempo que a novela se repete, com os hospitais filantrópicos sobrevivendo à míngua em função da falta de reajuste da tabela do SUS...Não é diferente com o Hospital de Clínicas de Carazinho, que enfrenta resistência dos profissionais médicos para realizarem cirurgias eletivas, devido ao valor da tabela do SUS e ao atraso no pagamento pelo hospital. Com isso, já são mais de 1.200 cirurgias na fila de espera, o que provavelmente já deve ter transformado o que era eletiva em urgência. Para quem vê de fora, pode até ser difícil entender em função dos investimentos feitos no Hospital nos últimos anos. Porém, investimentos garantidos através de emendas é uma coisa, recursos para custeio é outra...
Fiscalização
Diante das dificuldades que afeta também os atendimentos das especialidades médicas, inclusive com a ameaça de descontinuidade do serviço, o Executivo enviou à Câmara dois projetos em regime de urgência. O primeiro garante um complemento de R$3mil por cirurgia, sendo R$1.500 para o serviço hospitalar e R$1.500 para o serviço profissional, com a meta de aumentar de 40 para 80 cirurgias eletivas mensais. O segundo projeto garante um recurso suplementar de R$1.115.000,00 pra custeio de serviços que complementem a defasagem das AIHs pagas pelo SUS. Beira ao absurdo o fato da tabela não ser reajustada desde 2005...Querem que os hospitais sobrevivem de que forma??
Passou batido...
É incrível é que em meio a onda de chikungunya que assola a cidade e em meio a morte de uma moradora levada pela enxurrada, os assuntos na Câmara continuam sendo os mesmos...Apenas dois vereadores demonstraram solidariedade à família da Dona Ilse...Os demais optaram por utilizar metade do seu tempo na tribuna citando o nome das pessoas que prestigiavam a sessão. Até mesmo a maioria dos vereadores da oposição que poderiam cobrar da administração medidas em relação aos bueiros abertos em muitos bairros deixaram passar batido. Parece até que esqueceram do ocorrido. Lamentável...
Cobranças
Até por ter sido uma das principais bandeiras de campanha da atual gestão, o estacionamento rotativo pago vez ou outra surge como tema da oposição. Durante o seu pronunciamento na tribuna, o vereador Tenente Costa cobrou o governo novamente, já que segundo ele, a tolerância de 10 minutos decidida por decreto não está sendo aplicada pela empresa. Além disso, segundo o vereador, as “multinhas” antes cobradas dos motoristas teriam sido substituídas por multas que chegam a quase R$200 reais. Na carona do vereador, surgiram boatos que a atual gestão teria indicado nomes para trabalhar na empresa Stacione em uma espécie de “acordo de cavalheiros”...
Esclarecimentos
Vamos aos fatos e as fontes...Segundo a líder do governo, vereadora Juliani Pinzon, em contato com a empresa, ela recebeu a informação que a tolerância está valendo sim, apenas ainda não consta no aplicativo, o que está sendo providenciado. A empresa informou à vereadora que caso haja cobrança sem respeitar a tolerância de 10 minutos, isso deve ser informado imediatamente. A única mudança definida no decreto, que ainda não estava em vigor, segundo informações da empresa, é a Zona de Longa Permanência, porém, a garantia é que entraria em vigor a partir desta quinta-feira. Seria importante que logo após o decreto, tivesse sido informado o prazo que a empresa necessitava para as devidas adaptações, o que poderia ter evitado muita confusão... Quanto às multas, o valor informado pelo vereador deve se referir a registros acumulados sem regularização...
Indicações
...Já em relação aos boatos de nomes indicados pela administração para ocupar cargos na empresa, o secretário de Gabinete Rudi Brombilla garante que não houve nenhuma indicação. Segundo ele, o que aconteceu foi que a esposa de um CC passou por um processo de seleção por conta própria, mas acabou desistindo da vaga...No entanto, Rudi lembra que na gestão passada, um CC que ocupava um cargo importante no departamento de Trânsito indicou um nome para trabalhar no administrativo da empresa, o que realmente é estranho, já que o município, como contratante, deve ser o fiscalizador do contrato. No mínimo, um claro conflito de interesses...
A propósito II: em breve teremos mais mudanças no estacionamento pago. Como item contratual, haverá a adequação anual do valor. Já foi solicitado pela empresa e está na mesa do prefeito...
Cortina de fumaça
Chama atenção que em meio a um pedido de instauração de um processo ético disciplinar contra um vereador da oposição, surja novamente o tema do estacionamento rotativo, que, - sabe-se -, mobiliza tanto a população...Chega-se até a pensar que seria uma tentativa de criar uma cortina de fumaça, até porque a Comissão de Ética decidiu simplesmente arquivar o pedido do vereador Bruno Berté (PDT), e o pior, sem nenhuma justificativa...A conclusão é que então vale tudo na Câmara, inclusive, ridicularizar o legislativo. Afinal, se a Comissão de Ética não se preocupa em preservar a imagem da instituição, quem irá se preocupar??
Bode na sala
É no mínimo estranho quando uma vereadora da Situação, e líder do governo, protocola um Pedido de Informação endereçado ao Executivo. Porém, a intenção da vereadora Juliani Pinzon (PSDB) ao solicitar várias informações sobre a EMEI Nelci Schmitz é colocar o “bode na sala”...Com perguntas como “qual a previsão de abertura da unidade escolar para o efetivo início das atividades?” ou se “quando da inauguração, a obra estava concluída?” e ainda se “do ponto de vista legal, é regular a inauguração de uma obra antes dela estar acabada?”, a vereadora pretende na verdade denunciar o fato da EMEI ter sido inaugurada no governo passado sem estar concluída. Mas independentemente da intenção, as dezenas de famílias que fizeram a pré-matrícula dos seus filhos e estão esperando até hoje merecem mesmo uma explicação. A obra realmente foi inaugurada antes de estar concluída? E agora, qual o prazo para que a escola comece a funcionar efetivamente?
Desrespeito
Ainda sobre a Câmara, sabe-se que o Intervalo Regimental está previsto no Regimento Interno da Casa, mas é no mínimo incoerente que os vereadores cobrem tanto que a população compareça às sessões, quando no meio das sessões todos os vereadores se ausentem para discutir um projeto, enquanto o público fica esperando “a ver navios”...É no mínimo uma falta de respeito com quem sai nas segundas-feiras à noite e se dirige até a Câmara. Na última sessão, o desrespeito foi ainda maior quando decidiram exibir um vídeo com depoimentos emocionantes de pais do programa Te Acolhe durante o intervalo regimental, que acabaram sendo assistidos por apenas duas vereadoras que permaneceram no plenário. Será que uma semana inteira entre uma sessão e outra não é o suficiente para as discussões? O tempo das pessoas é muito precioso para não ser respeitado...Quem sabe não seria hora de alterar esse item do Regimento Interno?