GERAL

Superintendente diz que Corsan investigará possíveis problemas em faturas com altos valores

Foto Divulgação/Ascom Corsan/Aegea

 

O gerente institucional regional da Corsan, Aldomir Antônio Santi, e o coordenador de Operações da Unidade de Carazinho, Luis Cristovão Brabo, estiveram com alguns vereadores de Carazinho, ontem (4) para deliberar sobre algumas questões que tem gerado reclamações na comunidade. Os parlamentares inclusive votaram um requerimento para abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI para averiguar se estariam ocorrendo irregularidades. 

 

Por telefone, Santi conversou com O Correspondente e esclareceu as principais pautas da reunião, entre elas, a alta de diversas contas de água, com diferenças significativas nas contas de um mês para outro. "O aumento da fatura pode se dar por vários fatores. Pode ser consumo, que a pessoa não percebe, quando consome mais que o normal, claro que agora não é época, mas quando se enche piscina, lava carro, fazendo limpeza... Pode ser também vazamento interno, que é muito comum. Vazamento depois do medidor, uma torneia que fica pingando, na boia da caixa d'agua, no vaso sanitário, enfim. Pode não ser um vazamento significativa, mas como fica dia e noite acaba contabilizando um volume significativo", disse ele, admintindo que erros de leitura podem acontecer. "O colega que foi até a residência fazer a leitura pode ter se enganado", colocou.

 

De qualquer forma, Santi destacou quea Corsan está investigando o que pode ter causado o aumento expressivo das faturas de usuários de Carazinho. "Aqueles que tiveram suas faturas com valores muito acima do que pagavam, estamos revendo isso para tentar identificar qual dos problemas que ocorreram e corrigir. Estamos atendendo os clientes de acordo com a procura e também vamos fazer uma busca ativa. Vamos verificar no sistema aquelas faturas que foram lançadas com valor muito acima do normal. Vamos entrar em contato para verificar e vamos corrigir", prometeu o superintendente, acrescentando que os moradores que já quitaram estas contas e foi identificado que houve alguem problema, a Corsan devolverá os valores exorbitantes através de desconto nas faturas seguintes. As contas não pagam, serão corrigidas. 

 

Ainda de acordo com Santi, o usuário que considerar discrepância em sua fatura deve procurar a Corsan para que o caso seja analisado. 

 

Troca de hidrômetros 

Sobre a troca de hidrômetros, outra questão levantada pelos usuários e apontada como possível causa dos aumentos, Santi explicou que quando a troca é feita - e está deve ocorrer a cada cinco anos pelo desgaste dos componentes - pode bouver diferença nos primeiros consumos. "É uma política que sempre foi feita. Conforme o tempo vai passando o medidor vai marcando a menos do que o fluxo de água que realmente passa. Quando ocorre a troca, o novo hidrômetro marca exatamente o volume de água que passa, então ocorre aumento. E se ainda tiver um vazamento interno, por menor que ele seja, o novo hidrômetro irá identificar. Isso pode dar uma diferença bem significativa", colocou. 

 

Leitura pela média

Em relação a leitura do consumo por média, também hipótese questionada pela comunidade, Aldomir Antônio Santi informou que todos os meses um colaborador da empresa vai até a residência, efetua a leitura e emite uma fatura, mas que, às vezes, por algum motivo, isso não é possível, como em dias de intensa chuva, por exemplo. Foi o que aconteceu durante as enchentes, visto que o sitema é gerido na PROCERGS, em Porto Alegre, que ficou embaixo d'água por pelo menos 20 dias. As faturas daquele período não foram possíveis de serem realizadas no modo tradicional, por isso, o cálculo pela média foi efetuado. Assim, em faturas subsequêntes, houve compensação dos valores que deixaram de ser pagos naquele período. "Fizemos a média de seis meses, cobramos pela média e no mês seguinte fazemos a leitura e pode sair uma diferença, aí o usuário pode perceber aumento também", esclareceu. 

 

Novo contrato

Corsan/Aegea e Município de Carazinho debatem um novo contrato para gerir o saneamento para os próximos anos. Ainda não se chegou a um denominador comum. Atualmente, de acordo com o superintendente, está em vigor um Contrato de Programa assinado em 2010 que vai até 2035, mas que com o Novo Marco Legal os contratos precisam ser revistos, por isso a nova negociação. 

 

Outro motivo é a troca de empresa, que era Governo do Estado e com a privatização precisa ser Aegea, que assumiu as operações. Além disso, as metas previstas no Novo Marco precisam estar previstas no novo contrato, como as metas de tratamento de água, prevendo 90% de tratamento do esgotamento sanitário, as perdas, da qualidade da água, previsam ser seguidas. Portanto, de Contrato de Programa passará a ser Contrato de Concessão. "Temos conversado com o prefeito. Ele está vendo com sua equipe técnica, com o jurídico. Vamos ver se a gente avança porque também é um período mais delicado, por causa das eleições...", pontuou. 

 

Esgotamento sanitário

Também questionado em qual patamar está Carazinho quanto ao tratamento de esgoto, já que com a conclusão de parte das obras, alguns usuários estão habilitados a ligarem suas residências ao sistema, Aldomir Antônio Santi informou que das 2.700 residências liberadas para o procedimento, apenas 850 o fizeram. "Apesar e toda campanha feita, notícias, notificação, panfletam, as pessoas não estão realizando. Como não se ligam, se passar de 120 dias acabam pagando o dobro da conta, outra questão que pode interferir na fatura. Se você paga água e começa a pagar o esgoto, logicamente a fatura terá acrescéssimo. Vamos também, a partir de agosto, fazer uma busca ativa de quem ainda não fez a ligação, para incentivar a fazê-la", finalizou. 

 

CPI será aberta no Legislativo 

Autor de um requerimento para abertura de CPI, que já foi aprovado na Câmara, Estevão De Loreno, garante que a tramitação seguirá. Ele disse à reportagem que além dele, Alécio Sella (Progressistas) e Fábio Zanetti (PSDB) devem formar a comissão que investigará possíveis problemas envolvendo a Corsan/Aegea. O projeto de resolução deve ser apreciado na sessão da segunda-feira (8). 

Data: 05/07/2024 - 12:00

Fonte: Mara Steffens

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