CULTURA

Padre Ciro Atanásio visita Carazinho e recorda início da Romaria de Santa Rita de Cássia

Foto Mara Steffens/O Correspondente

 

Por ocasião da Festa do Patronato Santo Antônio, o Padre Ciro Atanásio esteve em Carazinho no fim de semana. Em conversa com O Correspondente, o religioso recordou alguns momentos vividos na cidade, já que foi pároco da Paróquia São José e dirigiu o próprio patronato. Recentemente, a cidade viveu a trigésima edição da Romaria de Santa Rita, um dos maiores eventos religiosos da região e pela data emblemática, o ciclo de 10 décadas, muitas pessoas buscaram as lembranças do início dela. 

 

Padre Ciro é italiano e chegou ao Brasil em 1978. Atualmente é Provincial dos Servos da Caridade e viaja pela América Latina. A instituição mantém centenas de entidades, inclusive o Patronato de Carazinho. A chegada dele a Carazinho ocorreu em 26 de janeiro em 1986, depois que o primeiro pároco da recém criada paróquia havia falecido e um interino fora nomeado. "Ao longo de 11 anos estruturamos a Paróquia. Embaixo da Paróquia organizamos uma creche, a Padre Gildo (numa referência ao primeiro pároco) e que depois foi transferida de local e atualmente está no antigo Juvenato. Depois fizemos o saão de esportes e festas durante seis anos, com muita ajuda das pessoas. Pedíamos para as empresas dinheiro para levantar as paredes e conseguimos", recorda o religioso. 

 

Mais tarde, conforme narra Padre Ciro, surgiu a ideia da romaria. "A capela de Santa Rita era de todas as pessoas que trabalhavam nas fazendas e praticamente uma vez por mês era rezada missa no local e não aparecia quase ninguém. É que as pessoas não podiam vir a pé e nem sempre os fazendeiros transportavam estas pessoas de caminhão, depois começaram a cobrar estas viagens, ficando inviável. Depois tentamos rezar as missas nas próprias fazendas, mas acontece que as pessoas não participavam, então junto com a equipe da paróquia sugerimos a romaria, já que Santa Rita era muito conhecida. No primeiro ano participaram entre 500 e 600 pessoas. Ficamos impressionados e contentes porque pela primeira vez toda essa gente estava participando", menciona o padre. 

 

Nas primeiras edições, os fieis eram incentivamos a levar a própria alimentação para a romaria, visto que não havia estrutura para organizar um almoço como é hoje. "Depois inventamos um cachorro quente (para ser servido no local) e o povo foi aumentando. A romaria não visava lucros, mas começamos a fazer o churrasco para construir uma estrutura melhor. Quando eu deixei a paróquia, em 1996 deixei um projeto bem grande de capela, que nunca foi colocado em pratica, mas hoje tem um monumento. Começamos assim bem simples, e hoje pelo que me disseram, participam em torno de 30 mil pessoas", cita. "Ao longo de toda história, desde o antigo testamento, o povo gosta de caminhar. Tem um canto famoso do Padre Zezinho, que fala disso. Antes, faziam o trajeto de chão batido, no barro. Agora está tranquilo, tem até asfalto", completa. 

 

Foi naquela época que, segundo o religiosos, começou a formação do bairro São Lucas. Houve mobilização da igreja para a construção do pavilhão e aos sábados eram realizadas lá um momento de reflexão sobre a palavra de Deus e as missas. Mais tarde as celebrações passaram a ser na antiga clínica que foi edificada no bairro, cujas instalações chegaram a abrigar uma escola de educação infantil e o posto de saúde, mas acabou demolida. 

Data: 11/06/2024 - 16:08

Fonte: Mara Steffens

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