AGRO

Chuvas prologadas influenciam planejamento da safra de inverno

Foto Arquivo/O Correspondente

 

Desde o fim de abril o Rio Grande do Sul vem enfrentando instabilidade climática que ocasiona muita precipitação de chuva. Poucos foram os dias de tempo firme e as enchentes ainda repercutem em sérias consequências em mais de 400 municípios gaúchos. O agro também tem está impactado. O chefe do escritório da Emater em Carazinho, Renato Serafini, analisa a postura dos produtores rurais que a esta altura, em condições normais, estariam implantando e as culturas de inverno, especiamente o trigo, bastante forte em nossa região. 

 

As dificuldades vão além do tempo bom para que as máquinas possam entrar nas lavouras. "Vejo que os produtores estão analisando, esperando para ver se plantam ou não, até mesmo sem saber se terá insumos como adubos pois várias indústrias deste segmento estão nas proximidades do Rio Caí, como em Piratini e Rio Grande, e estão destruídas pelas enchentes. Elas importam matérias primas e fazem os adubos formulados. Elas perderam muita matéria prima e até agora não se sabe como será, até pelo preço, e pelo tempo hábil para fornecer aos produtores", conta ele. 

 

No que tange a cobertura do solo, com aveia, ou os mixes com centeio azevem, ervilhaca e nabo, já foram implantadas. "Estamos estimando hoje em 5.600 hectares de trigo para esta sagra em Carazinho. No ano passado tivemos 6.600. Estivemos uma redução e vamos ver como ficará depois do plantio. As demais culturas para colheita de grãos temos 2.000 hectares para aveia branca. Teremos algumas pequenas áreas de linho e triticale", observa.  

 

Impactos na safra de verão 

Periodicamente as entidades ligadas ao agro reunem-se com o IBGE e a Emater em Carazinho para avaliar o setor. No encontro mais recente nesta semana, de acordo com Renato Serafini, foram apresentados alguns números relacionados à recém colhida safra de verão. O chefe do escritório da Emater relatou que alguns produtores com áreas maiores tiveram algumas perdas por causa da chuva prolongada, mas os índices não são expressivos. 

 

Em relação à soja, Carazinho colheu 3.8 mil Kg, uma média de 63,3 sacas por hectare. "Poderia ter sido melhor. Teve muita chuva e calor, provocando problemas com ferrugem, o que incidiu na perda. Produtores que não foram atentos perdera bastante. Dos produtores com os quais conversamos, alguns tiveram média de 46 sacas por hectare e os com mais produtividade chegaram a 84 sacas por hectare", compara. 

 

Quanto ao milho, Serafini informou que a produtividade carazinhense chegou a 6.600 Kg por hectare nas áreas de sequeiro. Nas irrigadas foi de 9.600 Kg. "Não teve muita diferença. As chuvas foram até consideradas excessivas para o milho, especialmente nos períodos da implantação e da floração. É uma cultura que gosta do sol e água, então teve dias muito nublados. Outro fator importante para a quebra foi a atuação da cigarrinha. Teve áreas bem afetadas, inclusive queda de plantas pela transmissão de doenças. Chegamos em lavouras onde 30% da área estava caída. O vento derrubou porque a planta estava enfraquecida. Então baixou bastante a produtividade. Teve umidade, mas falotu ensolação e teve o ataque da cigarrinha", ressaltou, acrescentando que o miho silagem, implantado em 400 hectare, com produção de 40 toneladas por hectare. 

Data: 17/05/2024 - 10:40

Fonte: Mara Steffens

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