GERAL

Aeroclube de Carazinho se torna importante alternativa para escoar mantimentos às vítimas das enchentes

Fotos Divulgação/Mateus Diehl Hirt

 

O Rio Grande do Sul passa pela maior tragédia climática de sua história. Milhares de pessoas seguem em abrigos. Cidades inteiras, especialmente no Vale do Taquari e na região metropolitana, foram invadidas pelos rios e agora a região sul do estádo vive em alerta, com a retirada de famílias para locais seguros. Em Porto Alegre, depois de baixar alguns metros, o Guaíba voltou a subir no fim de semana, adiando o fim da catástrofe. 

 

Enquanto isso, o Brasil inteiro está mobilizado para ajudar os gaúchos. Uma corrente de solidariedade vem permitindo a chegada de alimentos, roupas, itens de higiene e limpeza para os atingidos. As doações são oriundas de diversos lugares. Em Carazinho não está diferente. A comunidade, organizada em grupos de amigos, nas empresas, nos bairros, entidades e outras organizações estão mobilizadas e não páram de arrecadar donativos para serem encaminhados para as cidades afetadas. 

 

Tão importante quanto doar e reunir as doações, é fazer com que os mantimentos cheguem rapidamente para quem precisa. Os próprios grupos estão fazendo esta logística: arrecadando, fazendo a triagem, enchendo caminhões e caminhoetes e levando às vítimas. Neste contexto, um local em especial assumiu novamente uma importância muito grande: o Aeroclube de Carazinho. 

 

O presidente da entidade, Mateus Diehl Hirt, está pessoalmente envolvido na operação, revesando a pilotagem das aeronaves usada no transporte com outros colegas desde a semana passada, sempre que a condição climática é favorável. "Estamos coletando doações e fazendo as missões. Um dos diretores, já na semana anterior, voou de Passo Fundo (a aeronave dele fica lá) para a base aéra de Canoas, ao aeródromo do Belém Novo (em Porto Alegre) e para Santa Cruz. E nós (em Carazinho), temos feito os mesmos destinos. Levamos insumos como água, medicamentos, agasalhos e trazendo para cá materiais hospitalares para a hemodiálise de Ijuí e outros medicamentos para a secretaria de Saúde de Panambi. Seguimos arrecadando água, utensilos e colocando nas aeronaves (particulares) que estão vindo para cá", citou Hirt. 

 

 

Empresas que possuem aeronaves também estão ajudando nesta logística. "Contamos com a ajuda da Stara que transportou em sua aeronave boa parte do que foi doado para Canoas e Porto Alegre. Foi uma movimentação muito constante. Está sendo arrecadado muito coisa que sai daqui e todo este gerencimanento foi feito aqui", acrescenta o presidente. 

 

Quando não é possível ir pelo ar, a logística acontece por terra. "Enchemos duas caminhonetes (na sexta-feira) que foram por via terrestres porque a condição climática não favorece o voo. Seguimos assim, arrecadando e distribuíndo, conseguindo colaborar com estas pessoas. Eu vi o desastre desde Lajeado, passado por Eldorado, Guaíba, Porto Alegre, tanto do alto, quanto no chão, pois percorri alguns locais afetados e presencei o clima de consternação. Felizmente estamos conseguindo, dentro das nossas possibilidades apoiar este pessoal", salientou. 

 

Além de aproveitar a viagem de volta de medicamentos que tinham destino a região norte, as aeronaves de Carazinho trouxeram pessoas que precisaram vir para a região norte do Estado e não tinham como se deslocar via terrestre. "Torcemos para que as condições meteorológicas comecem a favorer estas cidades afetadas para que possam começar a se recuperar e retomar o mínimo operacional. É algo muito triste para se presenciar", conclui Hirt, salientando o engajamento de todos os setores da sociedade civil - incluindo entidades como aeroclubes e pessoas que possuem aeronaves e as colocaram à disposição, com os voluntários ajudando o cenário seria ainda mais complicado. 

Data: 13/05/2024 - 10:41

Fonte: Mara Steffens

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