GERAL
Sindicar tranquiliza região quando ao abastecimento de produtos
Foto Divulgação
O Sindicar reuniu, no início da manhã desta segunda-feira (6) vários diretores e empresários do setor de transportes para avaliar os impactos das enchentes que assolam o Rio Grande do Sul há seis dias. Com trechos de estadas interrompidas parcial ou totalmente, existe preocupação quando a disponibilização de produtos de diversos tipos para a região.
Na semana passada, inclusive, os postos de combustíveis de Carazinho registraram filas de veículos, pois os motoristas temiam ficar sem combustível em caso de desabastecimento. No entanto, de acordo com a entidade, não existe risco de desabastecimento e a população pode ficar tranquila.
Everton Bernardi, da EB Transportes, citou que a empresa possui uma carreta que está presa na BR 386 por causa dos bloqueios, mas a expectativa é que ainda hoje a estrada seja liberada e o veículo poderá se deslocar para Carazinho. Ela está carregada com diversos produtos para a cidade e também para Não-Me-Toque. Também há expectativa, conforme ele, de desobstrução de outras rotas que levam a Caxias do Sul e Santa Maria, outros grandes centros que abastecem a região. “Pode demorar um pouco mais, mas não é preciso ficar desesperado. Agora com o sol, será possível reconstruir pontos. Mercadorias de São Paulo e Curitiba estão vindo normalmente”, comentou o empresário.
Dorival Dapel, da Dapel Transportes também tranquiliza a população. “Temos algumas dificuldades quanto às distâncias, mas estamos trazendo mercadorias por rotas alternativas. Ninguém precisa se preocupar. Agora com o tempo bom, a tendência é que a água baixe e podermos acessar as rotas normais”, declarou.
Empresário do setor de combustíveis, Renato Riss salientou que a região é abastecida com estes produtos por Canoas, atualmente afetada severamente pela enchente, mas neste momento de dificuldades, os combustíveis têm vindo de Curitiba. “Pode faltar em um ou outro posto e por eles estarem vindo de mais longe, demora um pouco mais que o normal, mas não vai terminar por completo”, coloca.
Por outro lado, o empresário coloca que poderá ter alta os combustíveis. “São dois agravantes. Em Curitiba os combustíveis são mais caro na refinaria e ainda tem o frete”, apontou.
Para o segmento do agro, os estoques de defensivos estão satisfatórios, apesar das dificuldades. Neste momento, de acordo com o gerente do Grupo Toniatto, Guilherme Quadros, existe dificuldade para acessar a região metropolitana, mas o entorno de Carazinho não foi tão afetado, o que significa que o transporte para as missões e a região noroeste está tranquila. “Os defensivos são abastecidos diretamente de São Paulo e possuímos um bom estoque destes produtos. Então as rotas que ligam São Paulo a nossa região estão normais. As mercadorias estão chegando”, destacou.
Alguns motoristas da empresa estão retidos com os veículos em alguns locais, mas Quadros salienta que eles estão em segurança e em breve devem ser liberados.
Na avaliação do presidente do Conselho da TW Transportes, Alexandre Schmitz, é preciso manter a calma neste momento. “Temos que tentar se reorganizar. Pelo menos de nossa parte termos dificuldades com a mão-de-obra na região metropolitana porque elas estão envolvidas com suas coisas. Não temos notícias de funcionários nossos que tenham sofrido algo mais grave, de saúde. Aquela região estará bastante comprometida no comércio, porque hoje o foco é o atendimento às pessoas para solucionar os problemas. Ainda tem pessoas nas casas, sendo socorridas. Como a gente pode ajudar é foco nosso”, comentou.
Schmitz salienta que a expectativa é de liberação em breve da BR 386. “Por ter uma concessão para uma empresa privada e eles terem os recursos para a duplicação, eles poderão estar colocando a rodovia em ordem. Ontem mesmo estava consertando a entrada para a Castelo Branco (na capital). O prefeito de Guaíba até citou que se não tiver acesso não terá como levar donativos”, declarou.
Por fim, o presidente do Sindicar, Moisés Santos acrescentou que o trecho da BR 386, entre Carazinho e Lajeado já estão em condições de trafegabilidade, o oposto do acesso a Porto Alegre e a Caixas do Sul. “De uma forma ou outra vai se resolver porque temos várias rotas alternativas. Agora que saiu o sol, há possibilidade que a partir de quarta-feira as coisas já comecem a se normalizar. Foi algo no Rio Grande do Sul, mas os demais estados seguem produzindo e temos condições de buscar fora. Então não vai faltar nada”, apontou ele, acrescentando que o Sindicar segue preocupado com a situação pelo transporte terrestre ser o principal modal.
O Sindicar também fará campanha de arrecadação de donativos para que sejam encaminhados para os municípios afetados, sendo a sede da entidade o principal ponto de coleta. A população pode ajudar com alimentos, água e colchões.