ESPORTES

Carazinhense escala montanhas na Cordilheira dos Andes

Tiago Bordignon no Cume Cerro El Baboso (Fotos Divulgação/Arquivo Pessoal)

 

Uma aventura e tanto! Em janeiro, o carazinhense Tiago Bordignon realizou mais um de seus objetivos como atleta. Foi a Cordilheira dos Andres e escalou duas montanhas daquela região: o Cume Cerro El Baboso, que tem 6.080m, e o Cume Famatina, com 6100m. 

 

De Carazinho ele saiu no dia 4 de janeiro, sozinho. Em Vinchina, na Argentina, cidade próxima da Cordilheira encontrou um grupo de nove argetinos de Tucuman que fizeram a mesma escalada. Não foi a primeira vez que Bordignon se aventurou neste tipo de esporte. "Em 2018 comecei escalando algumas montanhas da Cordilheira próximo a Mendoza. Em 2019 fui para o Chile escalar o Marmolejo, a montanha de 6 mil mts mais austral da Cordilheira, e por isso muito fria. Mês passado (dezembro), três montanhistas experientes morreram de frio nela", contou o atleta. 

 

Depois da pandemia, ele retomou o objetivo e em 2022 esteve na Patagônia para fazer trekking (caminhada em trilhas naturais) e não fui para montanha de alta altitude. Em 2023 foi duas vezes para a Cordilheira dos Andes, onde esteve na Província da Salta. Lá subiu duas montanhas de mais de 5000m e o Nevado Quewar, de 6.150m de altitude, uma montanha histórica por abrigar ruínas Incas no cume. "Na mesma viagem fui para outra montanha , O Nevado Cachi, de 6400m, porém chegando na base da montanha eu e um meu amigo não podemos subir pois no dia anterior tinha caído do cume o chefe dos guarda-parques e o corpo ainda estava lá, então a montanha estava interditada", contou. 

 

Depois de tanta aventura, Tiago Bordignon acumula a subida em quatro montanhas de mais de 6000m. "Isto é o que mais conta para o currículo de um montanhista. Nos andes a montanha mais alta é o Aconcagua que tem 6961m. Todas montanhas com mais de 7000m de altitude estão nos Himalaias. Aqui (na América do Sul) nenhuma chega a marca de 7000m", relata. 

 

Para conseguir alcançar tamanha altitude, o carazinhense ensina que há algumas medidas necessárias para serem adotadas, especialmente para aguentar o frio. "O segredo está na aclimatação. Tem que acostumar o corpo aos poucos com a hipoxia (falta de oxigênio). Caminhar de dia mais alto e dormir mais baixo. Nessa viagem de agora, na primeira noite dormi a 3600m. Na segunda e na terceira, a 4300m e nas duas noites seguintes, a 4950m de altitude para estar aclimatado para o cume", cita. 

 

Nesta viagem em especial, segundo Bordignon, não estava fazendo tão frio por causa do El Niño. "Mas peguei temperatura negativa muito intensificada por conta dos ventos de aproximadamente 50 km/h que eram constantes no Cerro Baboso. Ano passado sim, registrei -13,3° dentro da barraca no Nevado Quewar. Congelou tudo!", revelou. 

Tiago no Cume Famatina (Foto Arquivo Pessoal) 

Data: 31/01/2024 - 16:13

Fonte: Mara Steffens

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