ESPORTES
“É a realização de um sonho”, diz trescantense que vai jogar no Grêmio
Foto Divulgação
O sonho de se tornar jogadora de futebol está sendo realizado por uma jovem moradora do interior de Lagoa dos Três Cantos. A partir de janeiro, Crisana Kuhn Gehring (16) disputará o primeiro torneio com o Grêmio.
O futebol sempre esteve presente na vida da garota. “Meu pai sempre jogou, então sempre estive envolvida. O futebol sempre foi uma paixão. Comecei a jogar na Escolinha Multiesportiva, em Lagoa. Só tinham meninos. Joguei sub 9, 11, 13, sempre com os guris. Isso nunca foi um problema para mim”, relata.
Crisana relata que não sentia dificuldades em se inserir nos times dos meninos. “Sempre foi bastante tranquilo. Não senti preconceito ou algo assim”, conta ela, que passou a jogar com meninas aos 12 anos, quando surgiu um time de base na cidade. “Era sub 16. Eu era nova para jogar com elas, mas participei. Ficamos em terceiro no regional, fomos muito bem. A partir então, joguei só em times femininos”, conta.
Ainda há poucos times femininos e até mesmo os elencos profissionais não possuem a estrutura robusta que os masculinos têm a disposição. Crisana concorda que falta incentivo e até interesse das mulheres em que jogar. “É um esporte ainda muito masculino. Hoje vem mudando, felizmente, já tem mais meninas jogando e o interesse vem aumentando. A visibilidade influencia. Quanto mais divulgação, mais interesse será despertando. A transmissão de jogos em televisão aberta tem ajudado para isso”, salienta.
A adolescente era atleta do Vila Nova quando o treinador Lucas Rocha conseguiu testes para ela e mais três garotas no Tricolor. Foi em fevereiro. “Eu amo futsal e nunca havia jogado no campo. Ficamos uma semana e a treinadora pediu que ficamos mais sete dias. Quando o período terminou ela disse que queria contar comigo a partir de janeiro”, relata
Ela ficará o mês todo morando em uma pousada, junto com outras atletas. Haverá um torneio que elas disputarão. Fevereiro será de folga e em março, a trescantense se mudará em definitivo para a capital. Apegada a família, Crisana diz que sentirá falta dos pais e dos irmãos, mas recebe o apoio que precisa para seguir o sonho.
Em 2022 ela teve a oportunidade jogar pelo Elite, de Santo Ângelo, os campeonatos gaúchos sub 17 e profissional. “Enfrentei Inter e Grêmio e foi uma experiência muito boa. Fomos vice no sub 17 perdendo pro Inter na final, e no profissional, terminamos em quarto. A diferença entre o capital e o interior ainda é muito grande. Elas têm outra estrutura”, informa.
Ela projeta chegar na Seleção Brasileira, mas sabe que o caminho até lá é longo. Questionada sobre outros times que gostaria de defender no futuro, Crisana prefere estar focada no presente. “O foco é o Grêmio”, diz ela, que também torcer pelo tricolor, como a maioria dos familiares.
Entre as referências, a jovem elenca uma jogadora da mesma posição: a zagueira Rafaelle, que joga no Arsenal, da Inglaterra e também na seleção. Do elenco gremistas, gosta da goleira Lorena, igualmente da seleção.
Falando em Seleção, e vislumbrando o mundial feminino marcado para 2023 na Austrália, Crisana projeta que o Brasil possam fazer uma boa campanha, mesmo havendo elencos que estão em um patamar um pouco superior. “O futebol feminino está crescendo. Acho difícil das brasileiras chegar porque em outros países o investimento é bem maior. Mas o time tem potencial e quem sabe pode surpreender.
