ESPORTES
Morte de Zagallo repercute entre os desportistas de Carazinho
Foto Divulgação/ Lucas Figueiredo/CBF
Quem nunca ouviu Zagallo dizer, olhando diretamente para uma câmera, uma das suas frases mais marcantes, não deve acompanhar muito esporte. "Vocês vão ter que me engolir", foi dita por Mario Jorge Lobo Zagallo em 1997, logo após a conquista da Copa América. Foi uma espécie de resposta a jornalistas que defendiam a demissão dele da Seleção Brasileira para que Vanderlei Luxemburgo fosse contratado. Mais tarde, o próprio autor da frase revelou que ela foi direcionada aos comentaristas Juca Kfouri e Juarez Soares.
Zagallo faleceu no fim da noite desta sexta-feira (5), aos 92 anos, por falência múltipla de órgãos. Estava internado há 11 dias em um hospital do Rio de Janeiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou luto oficial de três dias no Brasil. A Confederação Brasileiro de Futebol - CBF fez o mesmo, decretando inclusive 1 minuto de silêncio antes das partidas da Copa do Nordeste, que começa neste fim de semana.
Polêmico, o ex-ponta esquerda e ex-terinador era um grande defensor da seleção, característica enaltecida por Jari da Rocha, o Jarico: "Estou muito triste porque eu sou fá do Zagallo, pelo espírito de defender o Brasil que ele sempre tinha. Ele não deixava que falassem mal do nosso país. Era um brasileiro de verdade e talvez o torcedor número um da nossa seleção", destacou ele. "Com certeza ele deixa um grande legado, por tudo que representou para o esporte brasileiro e mundial, por ser patriota e realmente um grande torcedor da seleção", acrescentou.
O servidor público e técnico de futebol Eduardo Gomes, concorda. "Falar de Zagallo é falar da essência pura do amor ao futebol. Falar de Zagallo é falar do maior ou um dos maiores apaixonados pela camisa da seleção, Canarinha, a Amarelinha, como ele falava. De todos que a vestiram poucos foram campeões mundiais como atleta e como técnico e ele conseguiu isso e muito mais. Conseguiu que o nosso futebol fosse respeitado pelo mundo inteiro. O que tenho a dizer é "muito obrigado Velho Lobo, Obrigado por ter feito nós felizes". É uma perda irreparável para o mundo do futebol", colocou.
Ex-atleta e presidente do Pinheiro, George Hilton Bandeira, o Malinha, menciona a garra e a determinação do Velho Lobo como grandes características. "Ele sempre foi um grande ícone, especialmente no Brasil. Ele foi o único tetracampeão mundial e uma figura de suma importância. Dedicou a vida ao esporte, em especial à Seleção. Infelizmente ele nos deixa, mas esperamos que surjam outras pessoas tão aficionadas pelo esporte e pela seleção quanto ele foi. Ficam as lições que ele nos deixou, como a garra, a determinação, o desejo de vencer sempre. Foram passagem marcantes. Quem não lembra as cambalhotas que ele dava quando a seleção vencia? Quem consegui acompanhar ele, ou conhece a história, sabe do que estamos falamos", opinou.
"Zagallo foi, sem dúvida, o maior expoente do futebo brasileiro. Pessoa regradada, dedicada, focada como jogador, desde o Botafogo, e Seleção Brasileiro nem se fala", salienta o ex-diretor da Fundescar e ex-presidente do Clube Atlético de Carazinho, Gilberto Kamphorst, o Gibão. "Depois, fora das quatro linhas, da mesma forma. Na Copa de 1970 conseguiu montrar um escrete que até hoje foi insuperável e tendo seis atletas canhotos. Isso ninguém consegue. Foi um exemplo de vitória, de querer o melhor, de trabalhar pelo grupo e, acima de tudo, amar o seu país, de jogar e trabalhar pelo seu país", completa o desportiva, lembrando que o legado pode ser considerado superior ao de Pelé, pois o Rei, trabalhou muito como jogador, mas Zagallo ampliou sua atenção como treinador, dirigente e articulador no esporte. "Ele sabia unir os atletas em volta de um objetivo, em torno de uma conquista, não abrindo mão dela. Para mim, ele será um eterno exemplo. Foi um verdadeiro soldado no futebol, em favor de sua pátria", finalizou.
