POLÍTICA

Aylton Magalhães deixa Progressistas depois de quase 50 anos de filiação

Foto Divulgação

 

Aylton Jesus Martins de Magalhães não é mais filiado ao Progressistas. Natural de Palmeira das Missões, mas erradicado em Carazinho, cidade pela qual sempre deixou muita clara sua paixão, o político fez o anúncio nesta semana, quando entregou uma carta à Executiva da sigla em Carazinho. Foram quase 50 anos de militância, incluindo as nomenclaturas anteriores da sigla, como Arena, PPR, PPB e outras.

O motivo tem relação com o mais recente pleito municipal. “Na nossa convecção, em 2020, para sabermos com quem iríamos concorrer aquela eleição, por solicitação de um grupo do partido, promovemos uma pré-convenção, em que duas correntes apresentaram as suas iniciativas para a composição com outros partidos. Como presidente da época apresentei a proposta que havíamos recebido do PSDB, do então candidato João Pedro Albuquerque de Azevedo. A outra proposta era da administração municipal da época. Colocamos em votação, democraticamente, como sempre foi. A nossa proposição teve 25 votos a favor, contra 15”, narra.

O episódio, conforme Aylton, dividiu os progressistas. “Partido já é uma parte e ainda estar dividido, fica complicado. Senti que o pessoal queria medir forças com nossa maneira de fazer política e me coloquei como uma pessoa que pensa na comunidade. Então pedi licença da Executiva na época. Depois a maneira como se aliaram ao atual governo não me pareceu correto. Comecei amadurecer pois como diz o ditado ‘os incomodados que se retirem’ e ontem (11), comuniquei a presidente que estaria deixando o Progressistas”, colocou.

O ex-prefeito recordou o fato que o condenou a oito anos de inelegibilidade, de forma incoerente, na sua concepção. “Eu ajudei as pessoas da baixada da Conceição, em um temporal que deu no início do Governo Aylton/Capitânio, em 2009. Quando tem enchente você não vai esperar uma licitação. Morre todo mundo! Denunciaram a compra das madeiras por causa de uma diferença de R$ 4 mil e por isso, as forças que queriam tomar meu lugar e terminaram me afastando e fiquei impossibilitado de me candidatar” disse, referindo-se ao fato de em meio à corrida ao Executivo em 2016, compondo a chapa com o MDB, ter de sair de cena.  “Mas o prefeito Milton se elegeu com a nossa ajuda”, sublinhou.

 

Como o Progressistas recebeu o comunicado

Em contato com O Correspondente, a presidente Giovana Cecconello disse que a Executiva deve ser manifestar em breve sobre a desfiliação do ex-prefeito.

Segundo Aylton, a carta entregue por ele à executiva foi bem recebida. “Acredito que o partido pode seguir fazendo um bom trabalho, mas deve repensar o jeito de fazer política. Para mim, política é visitar as pessoas, conversar com os mais humildes, dar atenção ao povo. As mais humildes tem admiração pelo prefeito que vai na sua casa, que passa na rua e cumprimenta, que recebe no gabinete. Deixo muitos amigos que me ajudaram a fazer as administrações e não quero terminar amizades”, destacou.

 

Futuro

Aylton garante que várias pessoas já mencionaram intenção de convidá-lo para ingressar em outras siglas, mas ele quer refletir sobre o assunto. “Quero ficar tranquilo agora, alguns dias, ou meses para pensar muito bem no que quero fazer. Deixo o partido, mas não a política. A política está no nosso dia a dia, todos somos seres políticos. O meio perfil sempre foi de alguém administrativo, partidário. Desde 1992 quando ajudei a montar a chapa Iron e Marco nunca mais sai”, afirmou.  

O ex-prefeito disse ainda que se adotar um novo partido, este será muito possivelmente de centro. “Sou um homem de centro. Se optar entrar em uma sigla será de centro, um pouco maleável para a direita, ou muito pequena para a esquerda. Mas a do centro é o equilíbrio entre as forças”, anunciou.

Data: 12/01/2023 - 10:12

Fonte: Mara Steffens

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