GERAL

Lideranças buscam mantenedores para o Observatório Social

Fotos Mara Steffens/O Correspondente

 

Na noite desta quinta-feira (14), a sede da OAB Subseção Carazinho foi novamente espaço para reunião do Observatório Social, projeto que está sendo implementado em Carazinho por lideranças locais. Em abril deste ano, o local recebeu a palestra do presidente do Observatório Social de Brusque, Claudemir Marcolla. Ele forneceu informações sobre o funcionamento do projeto na cidade catarinense, a partir do convite do advogado Douglas Edoardo Muller.

 

Embora a mobilização esteja acontecendo agora, a ideia da implementação é debatida há bem mais tempo, na época em que o promotor de Justiça Cristiano Ledur – hoje em Passo Fundo – atuava em Carazinho. Ele, inclusive, está participando do processo agora.

 

O Observatório Social é uma entidade apartidária e formada por voluntários indicados por entidades. O principal objetivo é monitorar obras, licitações e o Portal da Transparência, entre outras ferramentas. Neste sentido, uma de suas premissas é a busca pela transparência pública e da efetiva qualidade na aplicação dos recursos públicos.

 

O encontro da vez foi para dar andamento ao projeto e firmar parcerias com pessoas e entidades com o interesse em ser um dos mantenedores. “É o início de uma caminhada que não tem mais volta. Vamos seguir com a implementação do Observatório e este momento é o símbolo disso. É o primeiro tijolo do alicerce que vamos começar a construir”, destacou Douglas Edoardo Muller, no início do encontro, lembrando que Cristiano Ledur foi quem lançou a semente, há cerca de 10 anos, quando sugeriu pela primeira vez que o projeto fosse pensado. “É um caminho que a sociedade deve tomar para que possamos, talvez, dar uma contribuição maior, cobrar de nossos governantes e que eles entendam que não se pode mais ficar passivo, alheio a tudo que a gente enxerga e não concorda, fazendo algo para que isso se materialize”, completou.

 

O advogado também destacou que o Observatório Social é um espaço para se exercer a cidadania e que espera que vários voluntários possam se juntar à causa. “Temos o objetivo de reunir o maior número de pessoas da nossa sociedade, de entidades representativas e de classe porque é por meio delas é que teremos o poder necessário e a capacidade para seguir este trabalho de forma a ser respeitado”, disse.

 

Manutenção do projeto

Muller esclareceu que é vedado o financiamento do Observatório Social com recursos de entes públicos, emendas parlamentares. “Buscamos um solo forte para que nosso projeto prospere e isso envolve recursos financeiros, humanos, físicos e materiais, desde um local como sede, principalmente para que ele tenha dependência porque jamais poderá contar com recursos governamentais”, esclareceu. “Ao nos comprometermos em apoiar e manter o Observatório, estaremos contribuindo diretamente para fiscalização das contas públicas, garantindo que os recursos sejam usados de forma adequada e em benefício da população. Estaremos nos posicionando como um agente de transformação”, acrescentou.

 

 

Qualificar a gestão

O promotor de Justiça Cristiano Ledur lembrou que embora tenha “social” no nome, o viés do Observatório é a gestão. “Vocês sempre tiveram entidades extremamente fortes e o desafio este momento é puxá-las para que se tenha a compreensão de auxiliar a gestão. Carazinho tem uma possibilidade de sucesso porque não é uma cidade pequena, mas também não é uma cidade muito grande. As pessoas ainda se conhecem, o orçamento – embora tenha crescido bastante – não é estratosférico. Carazinho engajamento”, mencionou.

Citando exemplos de obras das quais tem conhecimento em outros lugares, Ledur destacou que na maioria das vezes os agentes públicos não agem de má fé, mas falta qualificação da gestão, ou utilização de práticas que já estão superadas.

Data: 15/09/2023 - 11:36

Fonte: Mara Steffens

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