GERAL
Novo comandante planeja mais investimentos no CBM Carazinho
Foto Mara Steffens/O Correspondente
Há pouco mais de 30 dias, o Pelotão do Corpo de Bombeiros Militar de Carazinho está sob novo comando. O 1º Tenente Osmar de Moraes, natural de Passo Fundo, estava atuando em Porto Alegre e chegou para substituir o Sargento Everson Castro. No período em que está em Carazinho já realizou um levantamento dos tipos de ocorrências mais frequentes na área de abrangência que envolvem, além de Carazinho, Não-Me-Toque, Coqueiros do Sul, Santo Antônio do Planalto, Chapada e Almirante Tamandaré do Sul.
Os números se referem a fevereiro e somam 130 ocorrência, a maior parte delas, 38% foram incêndios. Outros 22% foram de atendimentos pré-hospitalar, que são acidentes e fatos clínicos. O levantamento aponta ainda 18% de averiguação/manejo de insetos, 9% de ações preventiva e auxílio a pessoas, 7% de averiguação/corte de árvores e 6% de salvamento e resgate de animais. “É um número considerado dentro da normalidade, considerando um pelotão como o nosso, mas chama atenção o número de incêndios”, avaliou.
Tenente Osmar salientou que existe um canal de comunicação entre CBM e Samu em Carazinho, facilitando a rápida resposta nos atendimentos e a parceria de trabalho em ocorrências como acidentes e atendimentos clínicos. “Temos uma boa parceria de pedido de apoio mútuo. É importante porque quando se depara com uma ocorrência múltiplas vítimas, vamos precisar de auxílio. Às vezes o Samu se depara com uma situação complexa, como por exemplo, numa remoção de pessoa de um local que não passa maca, e será preciso o uso de um sistema com cordas, que nós fizemos, aí nós apoiamos”, exemplificou.
O novo comandante chegou a Carazinho em um momento de grande demanda, em função da Expodireto Cotrijal. Os projetos de PPCI da maioria dos estandes da feira passam pelo pelotão de Carazinho. “Considerando os números do ano passado, são em média 250 estandes que mandam projetos, analisamos, fazemos a vistoria e liberamos para o uso”, comentou o militar.
Assim, desde o dia 24 de fevereiro, o CBM está com posto avançado dentro do parque, em Não-Me-Toque, próximo a outros serviços da segurança pública. De acordo com Tenente Osmar, a maioria das ocorrências durante a feira estão relacionadas a questões clínicas.
Experiência da capital
Assim que ingressou no CBM, Tenente Osmar atuou durante 18 anos em Passo Fundo, sua cidade natal. Depois foi transferido para a região de Ijuí e nos últimos cinco anos estava em Porto Alegre. “Trabalhar na capital é uma experiência muito salutar. Você tem uma noção macro, do Estado. Participávamos de todas as decisões envolvendo todas as regiões do Estado, que tem muitas particularidades e por isso os tipos de ocorrências. Na fronteira você tem mais campo, então incêndios em vegetação, na serra, os deslizamentos por ser uma região mais montanhosa, e na capital a questão dos aquíferos, uma época de muita chuva traz alagamentos”, contou.
Tenente Osmar esteve diretamente envolvido na emergência das enchentes de maio do ano passado. “Foi uma situação que só havíamos visto em filmes. Locais que sempre transitou passamos a navegar. Passamos de botes em muitas avenidas. Foi algo surreal, impactante. Agora começamos olhar para trás e aprender com o que aconteceu. O que funcionou bem, e o que não deu certo nos atendimentos”, recorda ele, enaltecendo a mobilização de todo o Brasil em prol do Rio Grande do Sul. “Bombeiros do Ceará, de Rio de Janeiro, Santa Catarina, de muitos lugares, fora os civis que se envolveram nos resgates e outros segmentos da segurança pública. Primeiro o intuito foi salvar, depois, garantir a segurança”, salientou.
Avanços para Carazinho
Para Tenente Osmar, a estrutura do CBM Carazinho é bastante satisfatória, mas sempre é possível melhorar a condição de trabalho dos militares, especialmente no que tangue viaturas e equipamentos, pois estes são modernizados rapidamente e algumas ferramentas vão se tornando obsoletas.
Entre as metas do novo comandante está a busca pela aquisição de um caminhão autotanque, usado para transporte de água, para apoiar as outras viaturas, que fazem o combate de incêndio efetivamente. Os atuais caminhões do CBM possuem capacidade para 5mil litros de água e o autotanque poderá chegar a 15mil litros. Assim, em ocorrências distantes da sede do quartel ou de grande impacto, ele seria bastante útil, dispensando o reabastecimento. “É um investimento alto, em torno de R$ 1,7 milhão, mas vamos buscar. O importante é que estarmos entregando à comunidade um serviço de ainda mais excelência”, analisa.
Além disso, Tenente Osmar já realizou reunião com a Defesa Civil local para mapear a cidade e suas particularidades para trazer estratégias de prevenção, de acordo com a realidade local. Além do mais, o militar salienta que o planejamento e a definição de protocolos garantem agilidade e qualidade no atendimento das ocorrências.