GERAL
"A história da televisão brasileira se divide entre antes e depois de Silvio Santos", afirma jornalista e professora
Foto Divulgação
Senor Abravanel, o Silvio Santos, conquistou o coração dos brasileiros pela televisão. Mas o legado dele perpassa o conceito de famoso que oferecia entretenimento com seus programas dominicias únicos e irreverentes. A jornalista e professora, Nadja Hartmann, que leciona telejornalismo entre outras disciplinas na Universidade de Passo Fundo - UPF, analisa a herança deixada pelo apresentador.
"Não seria nenhum exagero afirmar que a história da televisão brasileira se divide entre antes e depois de Silvio Santos. O nome dele se confunde com a televisão. Ele não inventou o entretenimento na televisão, mas sem dúvida ressignificou os programas de auditório, com a sua risada inconfundível e irreverente, fazendo o público se sentir em casa e se divertir com ele. Eu cresci ouvindo as risadas e os bordões do Silvio Santos na sala de casa", coloca.
Nadja observa que ele iniciou no tempo que a televisão ainda era "uma caixa mágica", para onde ele trouxe ainda mais magia. "Mas ao mesmo tempo, aproximou a televisão do telespectador. Soube como ninguém se valer dos produtos e sub-produtos da chamada indústria cultural, produzindo conteúdos que tinham como essência a comunicação de massa e para a massa. Lançou e apostou em dezenas de nomes, que assim como ele, construíram a história da televisão", sublinha.
Além disso, para a jornalista, Silvio Santos foi um pioneiro e um empresário visionário. "No tempo que ninguém falava em comunicação multimídia, ele era multimidiático e no tempo que ninguém pensava em vendas à distância ou comércio on line, ele vendia pela televisão. De um simples camelô, construiu um império de comunicação, e mesmo assim, até pouco tempo atrás, todo domingo confessava sua paixão pela televisão, no comando do seu programa. Dificilmente teremos outro Silvio Santos ou qualquer um que se assemelhe a ele. Ele sim, é insubstituível", finaliza.
Nadja Hartmann leciona, entre outras disciplinas, telejornalismo na Universidade de Passo Fundo (Foto Arquivo Pessoal)
Silvio Santos faleceu na madrugada de hoje (17), em São Paulo, a dois dias do aniversário de 43 do SBT, a emissora de TV que ele fundou, depois de ter passado por outras emissoras, inclusive pela Globo. O apresentador permaneceu no ar durante 65 anos, uma das trajetórias mais longévas da televisão brasileira. Silvio estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein e a causa da morte confirmada pela instituição foi bronquiopnemonia. Ele tinha 93 anos. Deixa a esposa Iris e seis filhas, a maioria delas já atuando no SBT.