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Dificuldades enfrentadas por segurados do IPE Saúde são tema de encontro na Escola Sorg

Fotos Divulgação

 

Vera Lessês, diretora sindical do CPERS estadual e representante da entidade no Conselho de Administração do IPE Saúde, esteve em Carazinho nesta terça-feira (13) para um encontro que debateu as demandas dos assegurados carazinhenses do plano, além de tirar dúvidas sobre o IPE, já que estariam enfrentando dificuldades para acessar aos serviços ofertados pelo plano, mesmo pagando as mensalidades em dia. O evento que reuniu servidores públicos estaduais, a maioria do magistério ocorreu na Escola Cônego João Batista Sorg.

 

Antes do evento, Vera conversou com O Correspondente sobre a realidade do IPE Saúde. Ela lembrou da crise que foi identificada entre 2021 e 2022 que reflete ainda hoje. “Na época se identificou que os recursos que entravam em insuficientes para que o IPE seguisse ofertando os mesmos serviços. O CPERS e os demais sindicatos pediram reposição salarial ao Governo, esta era a saída, porque o IPE sobrevive com a contribuição mensal dos nossos contracheques e os entes federados contribuem com o mesmo valor para cada pessoa. Foi comprovado estatisticamente que se a reposição salarial ocorre todos os anos, a crise não teria acontecido. No entanto, estávamos com os salários congelados desde 2014. Quando a crise estourou, fomos chamados para pagar a conta”, contextualizou.

 

De acordo com Vera, o funcionalismo que tinha IPE descontava 3,1% ao mês e passou a descontar 3,6% além do pagamento pelos dependentes, que até então não ocorria. “A reforma e o aumento da contribuição era a primeira etapa da tentativa de recuperação. A segunda é a majoração dos honorários médicos a contar de 1º de novembro do ano passado. Todos os credenciados tiveram reajuste e hoje estão em um padrão de outros planos de saúde privados. Também melhoria dos valores de diárias hospitalares, de exames laboratoriais, entre outros. Mesmo assim, os segurados estão tendo dificuldades”, conta.

 

Os percalços enfrentados por quem tem IPE, em todo Estado, segundo a diretora, estão relacionados a encontrar profissionais dispostos a atender pelo plano, mesmo com o incremento do que é pago a eles pelo IPE. “Eles continuam tendo dificuldade de encontrar médicos que atendam, hospitais dispostos a fazer os procedimentos sem que recebam ‘por fora’ pelos serviços.

 

Vera ressaltou que não há atrasos no pagamento de honorários do IPE para os prestadores de serviços e que os usuários acabam recebendo informações falsas sobre a sistemática, como justificativa para o não atendimento pelo plano. Entre as situações comuns já identificadas é o prestador dizer que não está credenciado, mas para quem tem o plano ele dá um desconto no valor da consulta particular e poderá encaminhar os exames pelo IPE. Vera esclarece que se o profissional tem a documentação para solicitar os exames pelo plano, ele está sim credenciado. “Isso é ser negligente com o plano de saúde. Uma atitude imoral, antiética e imoral. Nós estamos pagando a mais, mas os prestadores não estão fazendo sua parte, que é atender e respeitar a tabela de coparticipação”, observa.

 

A diretora do 37º Núcleo do CPERS, sediado em Carazinho, Adélia de Menezes, ressalta que muitos usuários do IPE têm procurado a entidade em busca de informações e auxílio para encaminhamento de documentação, entre outras demandas. “Não temos mais uma agência local como antes e isso dificultou muito, Além de tudo que a Vera mencionou. Sabemos que o IPE possui atendentes dispostos a ajudar pelo telefone, mas não é a mesma coisa. Imagina 15 telefonistas para 1 milhão de segurados. Não tem como”, acrescentou.

 

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Data: 14/08/2024 - 10:12

Fonte: Mara Steffens

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