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Pais protestam em frente a escola de Carazinho pedindo exoneração de professora acusada de agressão

Fotos Mara Steffens/O Correspondente

 

Um grupo de pais ocupou a frente de uma escola localizada no bairro Princesa no início da tarde desta segunda-feira (12) para protestar pedindo a exoneração de uma professora da instituição. O motivo seria a agressão cometida pela profissional para com uma criança de 3 anos que frequenta o educandário, ocorrido na semana passada. O movimento foi liderado pela mãe do menor, Sara Martilene Pereira da Silva Cabreira. Ela registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil e o caso está sendo investigado pela Delegacia de Polícia de Proteção a Grupos Vulneráveis. 

 

Sara conta que as imagens de segurança da escola gravam a professora puxando a criança pelo braço. "Ee foi torturado, puxado... A alegação dela é que ele agrediu ela, mas eu acho que qualquer ser vivo quando maltratado reage. Ele ficou sozinho numa sala, no escuro, e se não fosse uma outra professora sabe-se lá quanto tempo ficaria lá, sem janta. Ele jantou só porque a outra profe, que ouviu o choro dele, o acudiu. Imagina o desespero dele?", afirma a mãe, que deve entrar com processo judicial contra a professora. 

 

Com cartazes, os manifestantes pediam a exoneração. "Meu filho não vai poder estudar se ela não for exonerada. Daqui a pouco eu tiro ele daqui, mas outras crianças podem sofrer o que ele sofreu. Meu filho não está vindo para a escola, assim como a irmã gêmea. Eles estão com a minha avó", destacou, salientando que a direção e os demais funcionários da escola são bons profissionais. "Se não fosse por eles, talvez meu filho teria ficado trancado por horas e eu não saberia o que estava acontecendo", pontuou. 

 

Sara destaca que está recebendo apoio de todos os profissionais da escola. "Ela (a professora) disse que não estava bem naquele dia. Mas acho que se não estivesse bem deveria ter procurado um médico e se afastado e não trabalhar com uma turma de crianças de 3 anos", lamenta ela que além do menino agredido possui outros dois filhos na mesma escola. 

 

A diretora da escola, Carmelita Kern, contou que não estava na escola no dia do fato, pois tinha reunião na secretaria de Educação. No dia seguinte foi procurada por uma funcionária, que teria presenciado o fato. Ela consutou as imagens do sistema de segurança e constatou. Além da família, a própria diretora registrou boletim de ocorrência e o confirmou que a escola e a secretaria de Educação estão tomando as medidas cabíveis. Ela inclusive conversou com os pais que estavam na manifestação. 

 

A professora acusada da agressão não vai a escola desde sexta-feira (9), ocasião em que Carmelita conversou com ela. O pai da vítima estava presente e disse que trocaria os filhos de escola e a professora teria dito então que ela saira da instituição e não compareceu mais. "Isso não é hábito. Nossa escola tem ótimos professores, profissionais de renome. Depois do episódio, fizemos reunião e pedi a elas que nunca fizesse nada por mim, mas pelas crianças que temos na escola. A expectativa é que ela não volte a atuar aqui", concluiu a diretora. 

Diretora conversou com os pais durante a manifestação

 

SMEC emite nota

A secretaria Municipal de Educação acompanhou o protesto e preveriu se manifestar através de nota. 

 

"A Secretaria Municipal de Educação vem através deste manifestar-se referente ao ocorrido na semana passada em uma das nossas escolas Municipais de Educação Infantil. Esclarecemos que a situação ocorrida é um fato isolado e o Departamento Jurídico da Prefeitura juntamente com a Secretaria Municipal de Educação já estão tomando as providências legais cabíveis e averiguando os fatos. Outrossim, salientamos que esta Secretaria, bem como os professores e funcionários que atuam na Rede Municipal de Ensino desempenham suas atividades com afinco, dedicação, muito amor e acima de tudo com o profissionalismo que a profissão exige para uma Educação de qualidade". 

 

Polícia investiga o caso 

A delegada Heladia Cazzarotto, titular da Delegacia de Polícia de Proteção a Grupos Vulneráveis - DPPGV, disse que já teve acesso às imagens gravadas.Ainda esta semana ela começará a ouvir as pessoas envolvidas e as testemunhas do ocorrido, inclsuive a professora citada. O inquérito deve estar concluído em 30 dias. 

Data: 12/08/2024 - 14:49

Fonte: Mara Steffens

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