ESPORTES

O que pode explicar a fase ruim da dupla GreNal?

Naikel Balbinot, Eduardo Gomes e Jeferson Morais opinam sobre os resultados ruins (Fotos Divulgação/Arquivos Pessoais)

 

Derrotas para Cruzeiro e Juventude. Este foi o saldo da rodada do meio de semana de Grêmio e Inter. Ambos entraram em campo ontem (10) pelo Brasileirão e pela Copa do Brasil respectivamente e novamente decepcionaram seus torcedores. Os resultados ruins vem se acumulando. Até mesmo nos torneios continentais as duas principais forças do futebol gaúcho tiveram dificuldades para garantir permanência. 

 

A noite passada foi ainda mais desastrosa para o Colorado que após o apito final que decretou a derrota de 2x1 para o Juventude demitiu o treinador Eduardo Coudet. Também derrotado, mas de 2x0 para o Cruzeiro, o técnico Renato Portaluppi disse que segue no comando do time, mas vem respondendo reiteradas críticas, jogo após jogo. 

 

Mas quais são os fatores que podem explicar este momento conturbado para a dupla GreNal? Perguntamos para quem conhece de futebol. Naikel Balbinot, jogador e hoje treinador do sub 15 da Sercesa, concorda com a demissão de Coudet. "Acho que a perda da confiança, do controle no vestiário, a postura apática do time, juntamente com a do próprio treinador, está ocasionando esta fase ruim. O Inter tem um dos melhores planteis do Brasil, um dos mais caros e a decisão de tirar o Coudet foi acertada. Acho que o rendimento do time é problema de vestiário. Agora com a saída dele é preciso ir ao mercado e encontrar alguém que tome conta, tenha pulso para lidar também com tantas estrelas", opinou. 

 

Em relação ao Grêmio, Balbinot salienta que Renato Gaúcho é um dos melhores treinadores do Brasil e a explicação para os maus resultados seria a falta de opções de reposição para o time. "Falta incorporar o plantel. o Grêmio precisa contratar quatro ou cinco jogadores de peso para tentar reverter esta situação em que se encontra", disse. 

 

Eduardo Gomes, ex-jogador profissional e treinador da Futsal Academy, acredita que são vários fatores. "O processo da pré-temporada foi acelerado por causa do Gauchão e os jogadores levam muito tempo para voltar a forma. Estava-se trabalhando, veio o Brasileiro, depois as enchentes e o clube deu uma parada. Quase 20 dias sem trabalho, estavam na linha de frente e para voltar a uma rotina no futebol não é fácil. Eles também são humanos e se envolveram com esta questão. Também acho que a parte física tanto para Inter, quanto para Grêmio pesou, especialmente para o Inter que tem uma média de idade mais alta. Jogadores com mais de 30 anos e para um modo de jogo do Coudet exige muito esforço físico. Ele não estava conseguindo isso, nem antes da parada", avalia.

 

Gomes aponta outros fatores. "O Coudet trabalhava um time na semana e chegar no dia do jogo meia hora, 40min de acordo com o pensamento dele. O jogador se prepara, treina, sabe que vai jogar. Quando eu trabalhava no profissional eu deixava claro já na sexta-feira quem iria jogar e não mudava, a não ser por lesão, indisposição, mas não assim como ele fazia. E as notícias que temos, de amigos da capital é que ele fazia isso várias vezes, trocando a escalação de última hora”, informa, acrescentando que a passagem do argentino no Beira-Rio e ele não consegue se comunicar efetivamente com o grupo. “Isso também influencia. O português dele é horrível. Ele vai pra coletiva e você não compreende, assim como os atletas. O jogador não está acostumado com isso, ainda mais no Brasil. São fatores que para mim são decisivos”, finaliza.

 

Para o coordenador e treinador do carazinho Futsal, Jeferson Morais, o Balaio, a catástrofe climática afetou bastante, tanto Inter, quanto Grêmio. “Às vezes a gente foge da responsabilidade e só coloca a culpa nos atletas, achando que eles são ‘extraterrestres’, quando na verdade são seres humanos. Acho que essa queda de produção nas duas equipes deve-se muito a isso, apesar de a gente achar que eles têm todas as condições para trabalhar, indo para outros lugares treinar. Não é como estar em casa, estar organizado, treinar semana a semana. A gente julga o salário que eles ganham, mas o desgaste mental, às vezes, faz toda a diferença no esporte. Não é desculpa é realidade e temos que entender isso. O futebol gaúcho está em crise muito por não pode fazer um trabalho adequado para as competições”, aponta.

Por outro lado, Balaio entende que a tendência é o reestabelecimento. No caso do Inter, a saída de Coudet do comando técnico pode ser benéfico, uma que vez que no entendimento dele, os atletas não estavam assimilando o que o treinador queria. Quanto ao Grêmio, ele concorda que Portaluppi não tem muito material humano a disposição. “AS contratações não estão funcionando e se no meio janela não conseguir se reforçar terá sérias dificuldades de conseguir se manter na Série A”, coloca.

Data: 11/07/2024 - 15:09

Fonte: Mara Steffens

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