CULTURA

Com a presença de parentes de Menna Barreto, ACL encerra Seminário do Centenário da Revolução de 1923

Foto Divulgação/Marlon Brito

 

Foram duas noites dedicadas à preservação e a valorização da história gaúcha que teve episódio marcante ocorrendo em Carazinho há exatos 101 anos. Em 24 de janeiro de 1923, lideranças carazinhenses deflagraram uma Revolução, descontentes com o resultado das eleições para a presidência do Estado, que indicavam um quinto mandato para Borges de Medeiros. 

 

Os desdobramentos deste período, que durou quase 12 meses e culminou com a assinatura do Pacto de Pedras Altas foram recordados no Seminário do Centenário da Revolução de 1923. O evento foi promovido pela Academia Carazinhense de Letras - ACL, em parceria com o CTG Rincão Serrano. A entidade tradicionalista tem uma ligação importante com esta história, visto que o conflito foi deflagrado justamente no terreno em que hoje está edificada. O próprio CTG foi fundado por um dos personagens da revolução.  

 

O seminário foi acompanhado de perto pela comunidade, sobretudo por pessoas que apreciam história, mas a platéia abrigou pessoas que não escondiam o orgulho de estarem recordando os fatos. Marlene Kauffmann e Denise Meirelles são neta e bisneta do General João Rodrigues Menna Barreto, um dos principais líderes do movimento ao lado de Salustiano Ribeiro de Pádua. Durante a palestra dos membros do Instituto Histórico de Passo Fundo, Djiovan Vinícius Carvalho e Fabiana Beltrami da Silva, Denise se emocionou ao ver as imagens de um filme gravado na época da revolução, que mostra o bisavô em meio as tropas e a bisavó, Davina Teixeira Menna Barreto, que aparece vestida de enfermeira pois atuava no atendimento aos feridos. "Nossa, aquele vídeo! É um uma imagem incrível. Nem minha mãe os conheceu e para mim emocionante", mencionou ela que seguidamente visita o túmulo do revolucionário, no Cemitério Martin Lutero. "Não tem mais ninguém da família, além de nós, por aqui", completa ela. 

 

Conhecendo a história de 1923, Denise lamenta não ter sido registrada com o sobrenome da família, para poder carregar a origem através das gerações. A mãe, Marlene, quando casou também passou a assinar o sobrenome do marido. "Ele foi um herói. É muito bom estar acompanhando isso. O meu pai era 'a cara' do vó. Ele contava as histórias da revolução", diz a aposentada que nasceu na mesma época em Mena Barreto faleceu e, portanto, não chegou a conhecê-lo. "Mas da vó eu lembro", diz Marlene. Segundo Denise, a família doou ao Museu Olívio Otto, vários itens que pertenceram ao Coronel como fotos, espada, e outros itens.

Marlene e Denise são neta e bisneta de Mena Barreto (Foto Mara Steffens)

 

Nas palestas da noite, Djiovan Vinícius Carvalho e Fabiana Beltrami da Silva trouxeram uma contextualização história através de um filme e de fotografias da época. Também abordaram um dos momentos marcantes da revolução que foi o cerco a Passo Fundo. 

 

O seminário foi encerrado com a fala do escritor Adari Francisco Ecker, que trouxe informações sobre a obra que acabara de lançar: Revolução de 1923: Causas e Consequências", que contextualiza o período desde a proclamação da República e que contribuíram para a formação do cenário que deflagrou o conflito. 

 

As duas noites de seminário estão disponíveis no YouTube de O Correspondente. Você pode acessar neste link

Data: 01/02/2024 - 08:57

Fonte: Mara Steffens

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