POLÍTICA
“Continuaremos cuidando das pessoas”, destaca a nova presidente
Foto Mara Steffens/O Correspondente
O Legislativo de Carazinho será comandado em 2023 por Janete Ross de Oliveira (PSB). A única mulher da legislatura ocupará a presidência pela segunda vez, já que em 2021 ela desempenhou esta função. “É um desafio porque é outro ano, outras demandas. Em 2021 assumi quando o Tenente Costa foi para o Executivo, e o agradeço por esta oportunidade. Agora os 12 colegas apoiaram a chapa. Temos uma demandas bem importante e o Daniel (Weber) já vinha desempenhando isso, que é a acolhida da população. Continuaremos cuidando das pessoas e observando as demandas que chegam. Temos também os projetos do Executivo com quem conseguimos dialogar de forma tranquilo, assim como com as comissões. São projetos que são melhorar a vida da comunidade. Estou feliz por estar na presidência mais uma vez”, informou.
Sobre o orçamento que terá para trabalhar, a professora observou que na primeira gestão conseguiu devolver para R$ 300 mil ao Executivo e sugeriu que fosse aplicado no banco de alimentos. Janete entende que será possível realizar uma boa gestão dos recursos que são aportados ao Legislativo.
Mulheres no comando
A vereadora é a primeira mulher reeleita na história carazinhense e este fator lhe confere mais responsabilidade e uma preocupação, em relação aos motivos que levam os carazinhenses elegerem poucas mulheres. Na história recente, apenas Sandra Citolin (MBD), falecida no início de 2018 ingressou na Câmara. “Temos mulheres brilhantes em vários segmentos da nossa sociedade e tenho esperança que nos próximos anos mais mulheres cheguem aos cargos eletivos. No início do primeiro mandato, em 2017, foi um pouco difícil no sentido de ter voz e vez. Construímos durante o primeiro mandato e agora no segundo temos uma boa relação com os colegas e os servidores, pois eles entendem que não estamos ocupando os espaços para competir com os homens. Este pensamento não é bom. Tem espaços para serem ocupados por pessoas, independente de ser homem ou mulher. Sociologicamente começamos a participar da vida política do país há pouco tempo e precisamos alçar voos maiores. É isso que procuramos fazer aqui no Legislativo, de forma respeitosa, tentando dar conta das demandas”, elencou.
Neste sentido, Janete entende que o trabalho realizado por ela e outras mulheres que se envolvem na política, como foi o caso de Sandra Citolin, que foi vereadora e secretária da Educação, e a vice-prefeita Valéska Walber, inspira outras mulheres e as próximas gerações. “É importante ter pessoas que enxerguem em nós a possibilidades de estar aqui”, pontuou.
Nas eleições gerais de outubro, a professora concorreu a uma vaga na Assembleia Legislativa. De acordo com ela, o convite partiu da direção estadual do partido. No início ela hesitou já que se tratava de um desafio ainda maior, mas saiu feliz com o resultado. “Claro que o objetivo de todos que se candidatam é conseguir se eleger, mas sabíamos que o número necessário de votos seria muito grande. Meu objetivo foi participar, auxiliar meu partido e conhecer ainda mais Carazinho. Consegui fazer a campanha em todos os bairros. Hoje trabalho demandas colhidas na época da campanha. Foi muito boa a experiência e expandimos o trabalho nos bairros”, avaliou.
Carazinho possui 13 vereadores. Cada um deles possui uma forma de pensar diferente, baseada em princípios ideológicos diferentes. Comandar a pluralidade de ideias é um desafio do presidente. “Temos o regimento interno que nos dá a ideia de como o trabalho tem que ser feito. Além de conhecer esse regimento é importante ter empatia e resiliência para poder entender que o colega é opositor político, mas não inimigo. Por isso consegui ser eleita presidente por todos eles, pois eles sabem do meu posicionamento enquanto ser humano. Ter opiniões diferentes é saudável, mas precisamos convergir para o mesmo sentido pelo bem da comunidade”, argumentou.
Projetos aprovados
Janete Ross de Oliveira acaba de conseguir a aprovação do 15º projeto de lei voltado às mulheres desde que ingressou no Legislativo. O Programa será desenvolvido através da secretaria de Desenvolvimento Social e ajudará as mulheres chefes de família. “Fizemos uma pesquisa que em durante a pandemia ocorreram muitos divórcios e muitas mulheres ficaram viúvas, passando a ter que sustentar as famílias sozinhas. A ideia é que elas tenham prioridade no acesso a algumas políticas públicas”, detalha a vereadora.
Em 2023, algumas propostas voltadas às crianças devem ser apresentadas por ela. “Os projetos que apresentam sempre nascem a partir de uma demanda que chega até aqui. Sempre estudo bastante para poder apresentar a proposta que atenda aquela necessidade que foi elencada. Algumas coisas estão em estudo para serem elencadas no ano que vem”, garantiu.
O segredo para um bom trabalho
Janete defende que o vereador estude bem as propostas que apresenta. “Tenho 67 projetos apresentados e aprovados até hoje. Estudei para formular da melhor forma possível e os colegas contemplaram minhas ideias”, finalizou.