GERAL

Lideranças estudam implantação do Observatório Social em Carazinho

Foto Mara Steffens/O Correspondente

 

Foi dado ontem (12), na sede da OAB Subseção Carazinho, um importante passo para a implementação do Observatório Social em Carazinho. Lideranças de vários segmentos, inclusive representantes dos poderes públicos, do Judiciário e entidades de classe reuniram-se no local para assistir a palestra do presidente do Observatório Social de Brusque-SC, Claudemir Marcolla. A vinda dele a Carazinho foi possível depois do contato que os advogados Douglas e Mohana Muller tiveram com a CDL da cidade catarinense, onde Marcolla atua como Executivo. Na ocasião, o presidente do Observatório Social do Brasil, Jean Pedroso, participou via chamada de vídeo, e parabenizou os carazinhenses pelo interesse no assunto. 

 

O Observatório de Brusque é um dos mais antigos do Brasil, funciona desde 2011, e é bastate atuante na implantação de outros. Conforme Marcolla, há outras 19 cidades implementando um dos braços do observatório, voltado para crianças. "É um projeto de educação cidadã e fiscal, onde é trabalhado o senso de pertenciamento, a educação sobre tributos, de onde vem, para onde vão, de respeitar o que é público, de pagar o imposto e de exigir o retorno", conta o empresário. 

 

Mas este não é o principal case do Observatório. A entidade é apartidária e formada por voluntários indicados por outras entidades das cidades. Este trabalho envolve o monitoramento de obras, de licitações e do Portal da Transparência. Em Carazinho, a expectativa é que as entidades se unam para a estruturação do Observatório, a partir da palestra de Marcolla. A Câmara de Dirigentes Lojistas da cidade já se manifestou favorável. "O Observatório monitora a melhor aplicação dos recursos e quando se unam para isso acaba sendo uma assessoria gratuita para os gestores públicos. Qual gestor que não gostaria? O dinheiro é de todos nós, devemos cobrar a aplicação, mas ao mesmo tempo entendemos que o gestor não consegue acompanhar tudo. Nosso papel é contribuir para apontar e sugerir uma melhor aplicação", resume o presidente da entidade catarinense, chamando atenção ainda que o monitoramento não tem caráter denuncista. "Quando percebemos algo que pode fragilizar a gestão nós mostramos a ele (o gestor) e existe uma resposta dentro da lei que é a transparência. Qualquer pessoa pode pedir a informação", salienta. 

 

O Observatório de Brusque possui um site na internet, uma página no Instagram e um canal no YouTube para a divugação do trabalho. O projeto do Observatório Mirim já foi apresentado na ONU e recebeu do Ministério Público de Santa Catarina o selo Pró-Íntegro, premiação para entidades que fazem a diferença na comunidade. 

 

Dougas Muller destacou que é um projeto que faz todo sentido. "Este exercício de cidadania, que não tem a ver com paixões políticas, que se busca a consciência da comunidade de observar e acompanhar e estar ao lado do poder público no sentido de garantir uma efetividade na aplicação dos recursos. O Observatório é um braço voluntário que a comunidade extende ao gestor, até porque ele não consegue estar presente em tudo. Esperamos que as entidades entendam este propósito porque ao mesmo tempo elas se unem em prol do bem comum, de uma melhora das condições da nossa comunidade, porque tudo, no fundo, passa pela vontade da própria comunidade,. O exercício da cidadania está resguardado na Constituição e muitos não sabem deste direito. O Observatório vem descontinar isso e convidar a sociedade para fazer parte deste trabalho que é voluntário, democrátivo e apartidário", comentou.

 

Promotor de Justiça Cristiano Ledur foi lembrado por ter sugerido o Observatório há cerca de 10 anos, quando ainda atuava na cidade (Foto Mara Steffens/O Correspondente)

 

Uma semente lançada por Cristiano Ledur 

Promotor de Justiça que já atuou em Carazinho e que agora trabalha em Passo Fundo, Cristiano Ledur este presente na ocasião.Conforme Douglas Muller, foi dele a primeira semente lançada sobre o Observatório Social, há cerca de 10 anos quando ainda estava na cidade. "Foi um dos grandes responsáveis por esta semente que ficou em dormência e acaba que germina e agora está prestes a começar a dar frutos. Queremos fazer este reconhecimento público pela palavras proferidas em uma conversa dentro do Ministério Público, quando fez esta indagação. Nem sabíamos o que era, mas imagiávamos que seria algo muito positivo. Quando planejamos para estarmos neste momento de apresentação, o nome de Ledur foi lembrado", declarou. 

"É muito bom voltar. Agora em abril completa 10 anos que assumi Passo Fundo, mas quando me convido para vir para cá, é intimação, convocação, requisição, não deixo de vir. Eu lembro muito bem disso (da fala no MP). Sempre fui um entusiasta do Observatório Social e faço minhas palavras ditas agora. O Observatório não é denuncista. É uma consultoria permanente dos mais diversos segmentos. As possibilidades que são ofertas para o gestor de se socorrer com as espertizes privadas é isso que o Observatório faz. Então é uma satisfação extrema estar aqui. Os melhores anos da minha profissional vive aqui. Teve uma sincronia do Judiciário com as entidades. Voltarei tantas quantas vezes vocês me demandaram. Que esta árvore possa frutificar", observou. 

Data: 13/04/2023 - 08:30

Fonte: Mara Steffens

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